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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Belo Monte: Trabalhadores de Belo Monte chegam a Belém para ações de greve


Cerca de 90 trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, chegaram na grande Belém no último sábado (13), após quase 24 horas de viagem de ônibus. Os operários ficaram alojados na sede campestre do Sindicato da Construção Civil, em Ananindeua, que apoia o movimento. Nesta semana, eles participam de reuniões e manifestos.
Segundo a assessoria de comunicação dos trabalhadores, que estão em greve desde o último dia 5 de abril, a saída do canteiro de obras e a vinda para a capital paraense é uma medida política. O grupo permanecerá em Belém durante toda essa semana para participar de uma série de reuniões, entre elas com o Ministério Público, além da realização de manifestações reivindicando melhorias trabalhistas.
Entre as reivindicações dos trabalhadores está a redução do tempo de trabalho para poder visitar a família. De acordo com a categoria, a cada seis meses o trabalhador ganha licença para voltar para casa, mas, desde a greve de novembro do ano passado, a Justiça teria determinado que esse tempo fosse reduzido para cada três meses. Os trabalhadores reclamam que a determinação não vem sendo cumprida.
Outra reivindicação é com relação ao chamado "adicional de confinamento", que não estaria sendo pago. No adicional, os trabalhadores teriam direito a receber 40% a mais no salário. Eles protestam ainda contra as demissões de mais de mil trabalhadores no período da greve.
A reportagem entrou em contato com o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), que negou as afirmações feitas pelos trabalhadores.
Sobre a licença para visitar as famílias, o CCBM explica que se trata de um acordo coletivo celebrado em novembro passado entre a empresa, os trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav). O CCBM afirma que está cumprindo o que ficou acertado: que o trabalhador teria folga de três em três meses para visitar a família e quando se trata de novos funcionários, calculam-se os três meses depois do período de experiência.
Com relação ao "adicional de confinamento", a empresa explica que não há nada com relação à hora de confinamento no acordo celebrado em novembro. Sobre as demissões, o CCBM informou que na obra trabalham cerca de 22 mil pessoas, que a rotatividade no local é grande, e disse que, inclusive, contrata mais que demite.
O CCBM afirma ainda que a greve estaria sendo comandada por uma central sindical que não é reconhecida pela empresa e que as atividades no canteiro de obras já voltaram ao normal.
G 1/PA
Foto: Wilson Soares (WD Notícias)

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