Brasil Novo Notícias: Operação realizada em Uruará e mais 4 municípios prende dez suspeitos de fraude e desmatamento ilegal

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Operação realizada em Uruará e mais 4 municípios prende dez suspeitos de fraude e desmatamento ilegal

Dez suspeitos de participação em fraudes relacionadas a desmatamentos no Pará foram presos na manhã dessa quarta-feira (1). Eles estão sendo investigados por burlar o sistema de autorização, acobertar derrubadas ilegais e por lavagem de dinheiro.
A Operação Crashwood realizou mandados de busca e apreensão domiciliares e prisões preventivas. A ação envolveu Polícia Civil, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Ibama e Ministério Público do Estado do Pará e contou com o apoio da Secretaria da Fazenda e da Receita Federal do Brasil. Além de Belém, foi realizada em Castanhal, Uruará, Tucuruí e Itaituba.
A Madeireira Sagrada Família foi descoberta ao vender parte de seus direitos de derrubar 120 mil metros cúbicos de madeira. De acordo com a legislação estadual, uma empresa interessada em explorar madeira deve pedir autorização à Semas. Quando está liberada, insere os dados num sistema – que registra os créditos em uma espécie de floresta virtual. Cada vez que uma árvore é derrubada na floresta de verdade, é preciso dar baixa dessa árvore no sistema virtual. Um dos crimes da Madeireira Sagrada Família foi tentar vender sua floresta virtual para empresas sem direito a derrubar nenhuma árvore. Ou seja, acorbetar o desmatamento ilegal, ou “esquentar" a madeira ilegal, como se fala. As derrubadas se deram não só no Pará, como no Amazonas e em Rondônia. A madeira era revendida em Estados brasileiros e no exterior.

O superintendente do Ibama Hugo Américo afirmou, durante entrevista coletiva, que as prisões e apreensões representam mais de 15 mil caminhões de transporte de madeiras que deixaram de circular de forma ilegal.

As investigações levantaram que o sistema criminoso envolve um grupo ramificado que age comprando empresas em nome de laranjas. Elas vendem os créditos de forma ilegal até que o CNPJ dessa seja bloqueado. Depois disso, abrem um próximo empreendimento fraudulento. Entre janeiro e junho deste ano, essas empresas movimentaram mais de 400 mil metros cúbicos de produtos florestais, o que representa mais de R$ 400 milhões em dinheiro. 
Segundo o delegado-geral Rilmar Firmino, os investigados mantinham um estilo de vida luxuoso. Um dos presos negociou pela internet recentemente um relógio Rolex de R$ 60 mil . Outro postou fotos fazendo poses em cima de pilhas de madeira e outro pagou um voo particular de São Paulo para Paris. 

Entre os suspeitos presos hoje, está uma engenheira florestal, funcionária da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, acusada de lançar os créditos fraudulentos na pasta da madeireira Sagrada Família no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora).



Nenhum comentário:

Postar um comentário