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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Trânsito de Altamira mata mais que Belém e São Paulo

Confira a taxa de mortalidade em Altamira

Desde 2009, Altamira figura entre os municípios com trânsito mais violento do País. O Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americano (Cebela) divulgou o Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil, onde revelou que Altamira (PA) é uma das 20 cidades mais violenta no trânsito do Brasil. Em 2007, foram registradas 24 mortes nas vias da cidade contra 48 em 2011, um aumento de 100% em óbitos.

Um levantamento do 9º Grupamento Bombeiros Militares de Altamira em atendimentos de urgência e emergência no trânsito, apontou que nos meses de julho e agosto de 2013, 152 acidentes foram registrados nas vias públicas da cidade, ou seja, uma média de 2,5 acidentes por dia.

Esta semana o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT) mostrou que para cada 10 pacientes que dão entrada na unidade, 7 são vítimas de acidentes entre motos, carros, bicicletas e atropelamentos.

O ex-agente de trânsito do município, Cleiton Nascimento culpa a leviandade dos condutores. “Com toda experiência que tive nas ruas, posso afirmar que 90% dos acidentes acontecem por imprudência dos próprios condutores dos veículos”, afirma o ex-agente.

O Jornal OXingu comparou os dados da violência no trânsito de Altamira com os números das capitais São Paulo e Belém. O resultado foi alarmante.

O levantamento foi elaborado a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. A base do SIM consolida as certidões de registro de óbito emitidas no Brasil no local da ocorrência do evento.

Desde 2005 (13 óbitos), ou seja, a mais de 10 anos que o número de mortes por acidentes nas vias da cidade só aumentam.

O trânsito de Altamira matou sete vezes mais que a cidade de São Paulo. Quando comparado com a capital paraense, Belém, esse número sobe para 10 vezes mais. Enquanto a média nacional registrou em 2013, 20 óbitos para cada 100 mil habitantes, Altamira anotou 74 mortes.

O diretor geral do Hospital Regional Público da Transamazônica, Edson Primo, defende ações que mostrem a realidade e a gravidade do assunto. “Campanhas que divulguem informações mais impactantes quantificando mortes, sequelas permanentes e todos os transtornos causados por essas patologias são importantes para sensibilizar e aproximar a população dessa dura realidade, exigindo a utilização dos equipamentos de segurança com ações mais severas dos órgãos fiscalizadores”, relatou o gestor.

O filósofo Gutemberg Teixeira acredita que falta mais rigor das autoridades. “Enquanto não houver fiscalização, mais acidentes acontecerão. Um exemplo é a Lei Seca, foi promulgada em 2008 com objetivo de reduzir os acidentes provocados por motoristas embriagados, endurecendo as punições contra quem bebe antes de pegar o volante, mas note que nunca houve uma blitz dessa em Altamira. As autoridades precisam entender que é uma questão de saúde pública, caso contrário, continuaremos a cima da média nacional em mortes de trânsito”, diz.


Fonte: O Xingu

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