Caso Emasculados de Altamira: Césio Brandão vai cumprir a pena no regime semiaberto

O médico capixaba Césio Flávio Brandão, que foi condenado a 56 anos de prisão por participação na morte de três meninos assassinados em suposto ritual de magia negra, vai passar a cumprir a pena no regime semiaberto, segundo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES).

Os crimes aconteceram na cidade de Altamira, a 777 km de Belém do Pará, entre os anos de 1989 e 1993.  As vítimas eram dezenove meninos pobres, com idades entre 8 e 14 anos. Desses, cinco corpos nunca foram encontrados, três sobreviveram mas foram mutilados e 11 foram assassinados e castrados.

Césio foi condenado por júri popular em 2003. No mesmo ano, três meses após o júri, foi preso no Maranhão o mecânico Francisco das Chagas, que confessou 42 assassinatos perante a Polícia Civil maranhense e a Polícia Federal; 30 deles no Maranhão e 12 no Pará, na cidade de Altamira.

O caso ficou conhecido internacionalmente como os Meninos Emasculados de Altamira. Ao todo, onze garotos foram mortos e tiveram os órgãos sexuais retirados na cidade paraense; outros cinco desapareceram. Césio foi condenado por três das mortes e, desde então, tenta provar sua inocência. Mesmo com a confissão dos crimes pelo serial killer Francisco das Chagas, ele nunca conseguiu que sua sentença fosse revista.

Progressão da pena

A progressão do regime foi concedida pela juíza da 2ª Vara Criminal de Viana, Cristiânia Lavínia Mayer. De acordo com as informações do processo, a progressão foi concedida por conta do preenchimento de todos os quesitos exigidos pela legislação.

Foram levados em consideração a situação psicológica do médico e seu comportamento durante o período de prisão. A conduta dele, de acordo com os autos, foi considerada ótima.

Em sua manifestação acerca da progressão do regime, o Ministério Público Estadual (MPES) requereu a realização de exame criminológico. O exame foi autorizado pela 2ª Vara Criminal de Viana, e o resultado foi favorável à progressão de regime do reeducando, segundo o TJ-ES.

As informações são do G1 Espírito Santo.