Funai marcou reunião
para março em Brasília para ouvir as demandas dos indígenas
Nesta terça-feira (23) completa uma semana o protesto
dos índios Kaiapó na rodovia BR-163, na altura de Novo Progresso, no sudoeste
paraense. Os indígenas estão liberando a rodovia a cada 12 horas, mas a fila de
caminhões já ultrapassa 15 quilômetros. A PRF (Polícia Rodoviária Federal)
continua no local e dá apoio aos motoristas disponibilizando água e alimentos.
Os caminhoneiros temem a perda de cargas perecíveis.
Os Kaiapó pedem
benfeitorias nas aldeias da região e a conclusão da nova Casa de Saúde
Indígena. O grupo diz que só deixará o local quando conseguir negociar com um
representante da Funai. Na semana passada, um grupo de índios chegou a discutir
com motoristas que tentaram furar o bloqueio.
Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), os índios
enviaram uma carta propondo uma reunião para a próxima quinta-feira (25), em
Santarém, com representantes dos ministérios públicos estadual e federal, DNIT
(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Comitê Gestor da
Celpa, lideranças Munduruku e Exército. Mas, em nota enviada à
imprensa, a Funai informou que há limitações financeiras que impedem que o
pleito das lideranças indígenas seja atendido de imediato e reiterou a proposta
de uma reunião em Brasília para o dia 21 de março.
Quanto a construção
da casa indígena, a Funai afirmou que a responsabilidade é da Sesai (Secretaria
Especial de Saúde Indigena).
Outro
trecho da BR-163 - Trabalhadores
rurais também continuam outro protesto na mesma rodovia, próximo à comunidade
de Moraes Almeida, a 300 quilômetros do município de Itaituba. Eles querem a
recuperação de estradas vicinais, saneamento e estrutura na área. O trecho
também é liberado a cada 12 horas, após um acordo com a PRF.
Outro
lado - Em relação ao
protesto dos trabalhadores rurais, o Incra informou ao ORM News que uma reunião
foi realizada na última sexta-feira (19) entre diversos órgãos para tentar
resolver as demandas dos manifestantes, mas que o Sintraf (Sindicato da
Agricultura Familiar) não enviou representantes para discuti-las. A nota afirma
ainda que após as discussões, como encaminhamento, o Incra se posicionou pela
liberação do tráfego da rodovia como condição para a continuidade das
negociações.
'O Incra acrescenta
que desde o início da mobilização tem mantido o diálogo aberto com as
lideranças do movimento por meio de contatos diários por telefone. Um ofício já
foi encaminhado em resposta à pauta apresentada', finaliza a nota.