Brasil Novo Notícias

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

ESTADOS E MUNICÍPIOS QUEREM DERRUBAR PROPOSTA DE LIRA SOBRE ICMS PARA REDUZIR GASOLINA

Foto: Agência Brasil
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Representantes dos estados e municípios defendem a rejeição da proposta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que o ICMS (imposto estadual) incida sobre o preço médio dos combustíveis nos últimos dois anos.

A medida foi apresentada por Lira a líderes governistas e da oposição para reduzir o valor da gasolina.

Não houve alteração no ICMS. A política de preços da Petrobras é definida pela Petrobras. O problema não é o ICMS. Vamos trabalhar para que os parlamentares votem contra isso [projeto apresentado por Lira], disse o presidente do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda), Rafael Fonteles.

O presidente da Câmara estabeleceu como uma de suas prioridades reduzir o preço dos combustíveis, em meio a ataques aos repasses de preços praticados pela Petrobras e a críticas aos estados por não quererem diminuir suas alíquotas de ICMS.

Outra crítica feita pelos estados é que não caberia ao Congresso definir as regras do ICMS, e sim ao Comsefaz.

Entidades ligadas às prefeituras, como a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), também são contra mudanças na incidência do imposto, que é repartido com os governos municipais.

Com relação ao ICMS, eu sei que as narrativas vão acontecer de todas as formas, de todas as maneiras. Nós nunca dissemos que é o ICMS que starta o aumento dos combustíveis [...] O problema que estamos analisando é que, nos aumentos que são dados nos combustíveis pelo [preço do] petróleo e pelo dólar, o ICMS é um primo malvado, afirmou Lira nesta terça-feira (5).

O ICMS é calculado com base em um preço de referência, conhecido como PMPF (preço médio ponderado ao consumidor final), revisto a cada 15 dias de acordo com pesquisa de preços nos postos. Sobre esse valor, são aplicadas as alíquotas de cada combustível.

Nesta semana, Lira propôs a mudança no cálculo que consideraria a média dos combustíveis nos últimos dois anos. Cada estado, então, aplicaria a sua alíquota de ICMS sobre esse preço médio.

No mês passado, o presidente da Câmara defendeu uma proposta diferente. A ideia era que o ICMS tivesse um valor fixo e não uma alíquota que varia de acordo com o preço do produto nas bombas de combustíveis.

Com base nessa versão anterior da proposta, a CNM concluiu que haveria perda de R$ 5,5 bilhões para 20 estados, o que representaria também recuo na receita de municípios dessas unidades da federação.

No entanto, a proposta de Lira agora passou a ser que o ICMS incida sobre o preço médio dos combustíveis nos últimos dois anos.

Para Fonteles, essa nova proposta é pior que a anterior do ponto de vista de perda de arrecadação para esses entes. Por isso, ele acredita que os estados de forma unânime serão contra o projeto.

O presidente do Comsefaz defende que, para resolver a questão do ICMS, deve ser aprovada uma reforma tributária ampla, como a que está em discussão no Senado.

Por: Thiago Resende e Danielle Brant

Fonte: MSN/FOLHA


terça-feira, 5 de outubro de 2021

OITO SÃO PRESOS POR ENVOLVIMENTO EM CHACINA E OUTRAS MORTES EM PARAUAPEBAS

O poder judiciário concedeu 18 mandados de prisão temporárias e 16 de buscas e apreensão

Operação foi desencadeada na manhã desta terça.
 Foto: Divulgação/Polícia Civil
Uma grande operação policial resultou nas prisões de oito homens na manhã desta terça-feira (5), em Parauapebas, suspeitos de envolvimento em chacina e outras mortes registradas recentemente na cidade.

Foram cumpridos mandados de prisão temporária contra Marconi de Jesus da Silva, o “Risca faca”; Daniel da Silva Costa, o “GDS”; Wanderson Ferreira Libano, o “Loirinho”; Antonio Francisco da Silva Sousa, o “Felipe Pacheco”; Marcos Ferits de Jesus da Silva; Carlos Alessandro Santos Vera, o “Mandrake”; Thiago Lima Neto, o “TH”; e Tiago Moreira da Silva, o “Tiaguinho da 15”.

Conforme a Polícia Civil, a investigação que apontou os nomes foi iniciada pela Divisão de Homicídios após as mortes de Ezequiel de Jesus Soares Brilhante e Célio Kayky Ferreira da Silva, nos dias 19 e 30 de maio deste ano. Um dos crimes foi gravado e as imagens viralizaram na internet, mostrando a vítima tendo o tórax aberto e, ainda viva, o coração arrancado.

No dia 15 do último mês, outro crime chocante começou a ser investigado na cidade: a chacina de Jefferson Santos de Andrade, Antônio Carlos Chaves Sousa, Marcos Antônio Oliveira Andrade, Felipe Silva de Carvalho e Thawanne Dias De Jesus.

Neste caso, novamente circulou na internet um vídeo gravado momentos antes da execução, no qual uma das vítimas era interrogada sobre a participação e envolvimento com uma facção criminosa. O local e a forma de execução são similares às dos homicídios de maio.

Diante da similaridade e relevância, os dois inquéritos foram conduzidos em conjunto pela Divisão de Homicídios e pela 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Parauapebas, cujas equipes identificaram a participação de quinze suspeitos adultos e sete adolescentes.

A partir disso, as autoridades solicitaram medidas e o Poder Judiciário concedeu busca e apreensão em 16 endereços e 18 mandados de prisão temporária.

Ainda segundo a Polícia Civil, todos os presos são suspeitos de integrar facção criminosa, que atua no tráfico de drogas e disputa o território de venda na cidade com outra facção. Durante as buscas, foram encontradas drogas e armas. Os homicídios, de acordo com a investigação, estão diretamente relacionados à disputa do tráfico e funcionam como uma forma de demonstrar força perante os rivais.

A operação foi deflagrada com apoio de equipes da Divisão de Homicídios, da Superintendência Regional do Sudeste do Pará, através da 20ª Seccional de Parauapebas e Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).

ATUALIZAÇÃO: Em entrevista coletiva das lideranças da Polícia Civil do Estado do Pará (PC/PA) na sede policial de Parauapebas nesta terça-feira (5) foi informado terem sido realizadas as oito prisões; porém, quatro capturados já estavam detidos no sistema prisional de Parauapebas – entre eles Marconi de Jesus da Silva, o “Risca Faca”, preso em 22 de setembro no estado do Tocantins.

Durante as buscas, foram encontradas drogas
 e armas. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Foi relatado que Marconi é uma das lideranças da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), que tenta avançar no município após enfraquecimento da facção Comando Vermelho (CV).

Ainda foi confirmado pela PC/PA que, dentre os cinco vitimados na chacina do dia 15 de setembro, dois deles eram alvos diretos do PCC: Thawanne Dias de Jesus e Jefferson Santos de Andrade. Antônio Carlos Chaves Sousa, Felipe Silva de Carvalho e Marcos Antônio de Oliveira Andrade foram mortos por “estarem no lugar errado, na hora errada”.

Por: Luciana Marschall

Fonte: Correio Carajás

URUARÁ: SUSPEITO DE MATAR E FURTAR GADO É PEGO NO FLAGRA EM PROPRIEDADE DO KM 165 SUL

Uma vaca esquartejada foi encontrada na caminhonete conduzida pelo suspeito

Policiais da 13ª Companhia Independente de Polícia Militar fizeram a detenção de um indivíduo flagrado furtando gado abatido em propriedade do travessão km 165 sul, zona rural do município de Uruará (PA). O caso ocorreu na noite de sábado, 02. Segundo a PM, o dono da propriedade acionou a Guarnição de Serviço informando que havia indivíduos numa camionete Hilux, cor prata, em sua propriedade furtando gado. Os policiais militares foram ao local e ao chegar às proximidades, abordaram a camionete Hilux cor prata, placa NSY1848, que era conduzida pelo nacional de prenome Sebastião, residente na Transamazônica, Km 120, vila do município de Medicilândia. 

Ao ser feita busca no veículo foi encontrada uma vaca já toda esquartejada, animal esse que havia sido furtado da propriedade do denunciante.

Ainda segundo a PM, a camionete, o condutor, os objetos encontrados no veículo e o animal morto foram conduzidos e apresentados na Delegacia de Polícia Civil na cidade de Uruará, para serem tomadas as providências cabíveis.

A Polícia Civil informou que o suspeito passou por audiência de custódia no Fórum da Comarca de Uruará na manhã desta segunda-feira, 04, mas ainda não há informação se o mesmo permanecerá preso.

 

Por: Joabe Reis

Fonte: Gazeta Real

PARÁ REGISTRA 17 CASOS SUSPEITOS DE ‘DOENÇA DA URINA PRETA’

Nenhum caso foi confirmado e um paciente com suspeita da doença morreu

Há 17 casos suspeitos da Síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, sendo investigadas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). São dois casos em Belém, um em Trairão, três em Juruti , dois em Almeirim e nove em Santarém, informou a Sespa neste domingo (3). Uma morte de caso suspeito da doença ocorreu em Santarém.

Segundo boletim do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), os exames sanguíneos e de urina dos casos suspeitos foram encaminhados, por meio do Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen), para laboratório de referência fora do Estado, por isso o resultado não depende da Sespa e até o momento não há previsão.

A Sespa salienta que o tratamento do paciente não depende do resultado desse exame tampouco as ações que devem ser adotadas pelos municípios de notificação e monitoramento, bem como ações de vigilância.

Fonte: G1 Pará

TRANSAMAZÔNICA: APÓS MEIO SÉCULO, MORADORES DA REGIÃO REVELAM BASTIDORES DA OBRA AINDA INACABADA

O legado dos mais de 4 mil quilômetros de extensão da rodovia, que corta sete estados, é centro de discussões

Foto: (Igor Mota / O Liberal)
Era 9 de outubro de 1970. Após deixar a rotina de gabinete em Brasília, para viajar quase dois mil quilômetros rumo aos rincões da Amazônia, até a região do Xingu, no oeste do Pará, o então presidente da República, o general Emílio Garrastazu Médici, participa de uma cerimônia na cidade de Altamira. Num dia especialmente quente, ele derruba uma árvore de mais 50 metros de altura. É um ato simbólico. Assim, dava-se início às obras daquela que seria um dos principais projetos de infraestrutura da Ditadura Militar para o Norte do Brasil: a Rodovia Transamazônica.

Em tom ufanista, Médici disse em seu discurso que o empreendimento faria o País passar a conhecer a Amazônia. Na visão do general, a região era marcada pelo “atraso e pobreza”. A estrada, portanto, seria aquilo que ofereceria o desenvolvimento que ela tanto carecia. “Trago à Amazônia a confiança do governo e a confiança do povo em que a Transamazônica possa ser, afinal, o caminho para o encontro de sua verdadeira vocação econômica, e para fazer-se mais próxima e mais aberta ao trabalho dos brasileiros de todas as partes”, anunciava Médici.

Ainda que ele mesmo tenha sido o maior propagandista do projeto, nem mesmo o general Emílio Garrastazu Médici poderia imaginar a dimensão da transformação social que a obra causou no Brasil, sobretudo, no Norte e Nordeste. Com 4.223 quilômetros de extensão, a Transamazônica é, ainda hoje, uma das maiores rodovias do mundo, atravessando sete estados brasileiros e conectando duas regiões do País das mais variadas maneiras. Cinquenta anos depois, a vida ainda é pulsante às margens da BR-230, com pessoas que encontraram o sucesso prometido nos anos 1970 e outras que ainda buscam esse sonho.

Médici voltaria à região dois anos depois de sua primeira visita. Desta vez em um 27 de setembro, inaugurou o primeiro trecho de 1.253 quilômetros da rodovia, que liga Estreito, no Maranhão, a Itaituba, no Pará. Dois meses depois, em novembro, a família de Netinha, que tinha seis anos na época, chegava do Ceará junto de outros nordestinos, trazidos pelo Governo para ocupar essa suposta terra sem homens para homens sem terra.

(Igor Mota / O Liberal)

“Saímos de Ipaumirim, bem no sertão. Éramos nove: pai, mãe e sete filhos. Cinco mulheres e dois homens. Todos conseguimos chegar aqui: ninguém adoeceu, a não ser por uma dor de barriga ou outra”, relembra Maria Ivonete Coutinho da Silva, que hoje é professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Altamira. Ela estuda a rodovia que mudou para sempre a sua vida.

Os pais, Francisco e Francisca, chegaram com Maria Ivonete e os outros filhos ao acampamento em Altamira apenas depois de uma viagem que envolveu ônibus, dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e um percurso na traseira de um caminhão. Enquanto a mulher e os filhos ficavam no barracão com outras duas ou três famílias, Chico Barbeiro, homem sem experiência com agricultura, saía com outros colonos em busca de um pedaço da vida que lhe prometeram.

 

(Igor Mota / O Liberal)

“A gente queria terra para trabalhar, para viver. Plantar arroz, feijão, e depois, pimenta, cacau. Mas o projeto do governo, ao ofertar terras para famílias pobres, não era dar a terra. Tanto que muita gente, hoje, não tem os títulos. Era abrir uma frente na Amazônia para o capital, tanto nacional quanto internacional”, avalia Maria Ivonete Coutinho. “Mas o povo consegue subverter essa ordem: dentro desse projeto, que não era para a classe trabalhadora, a gente conseguiu se dar bem de alguma forma, mas com muita resistência”, pondera a professora, que hoje, registra os 50 anos da Transamazônica com sua pesquisa acadêmica – e trabalha por um futuro mais promissor para a região.

Com sua tese “Mulheres migrantes na Transamazônica: construção da ocupação e do fazer política”, a professora Netinha pesquisou sobre como a presença feminina foi determinante para essa ocupação da região do Xingu. O trabalho mostra como foram as esposas que fizeram os homens enxergarem aquele lugar não apenas como um local de trabalho, mas sim, como um lar onde eles poderiam criar raízes. 

“Quando comecei  no fotojornalismo, o meu sonho era ser fotógrafa de guerra. Falei isso um dia, lá pelos idos de 1987, para um colega fotojornalista experiente, e ele me respondeu: você já está no campo de batalha, sua guerra é aqui, na Amazônia” – Paula Sampaio, fotógrafa.

Para a professora Maria Ivonete Coutinho, é justamente esse olhar comunitário que faz falta atualmente. “Hoje, eu faço um retorno à Transamazônica. O que eu vejo, é que há muito gado, mas falta investimento na agricultura familiar. A gente chega naqueles travessões [comunidades à beira da rodovia] e as pessoas não têm uma galinha para vender, não têm tomate, abóbora, arroz… tudo eles têm de comprar. Acho que falta uma política de incentivo. Uma terra tão produtiva, tão boa. Então, temos os grandes produtores de gado e de cacau, e os pequenos vivendo em situação desfavorável”, lamenta.

Desafios estruturais

(Igor Mota / O Liberal)

Com certa frequência, o governo federal usa seus veículos de comunicação para divulgar que mais um trecho da Transamazônica foi concluído. Desde o início das obras, 12 presidentes já governaram a República, e nenhum deles conseguiu vencer o colossal desafio iniciado há 50 anos, que é pavimentar e estruturar toda a extensão da rodovia. O perímetro mais recente foi inaugurado em junho deste ano, quando o presidente Jair Bolsonaro participou de um evento no sudeste do Pará que simbolizava a entrega de 102 quilômetros de estrada asfaltada, ligando os municípios de Novo Repartimento e Itupiranga.

Dos mais de 4,2 mil quilômetros de extensão da Transamazônica, 1.753 são de terra, segundo dados do próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Isso cria obstáculos feitos de poeira e lama para os caminhoneiros que, assim como os colonos de 50 anos atrás, vêm dos mais diversos cantos do Brasil para ganhar seu sustento por meio da rodovia. Saindo de Altamira e seguindo para Medicilândia, a cidade batizada em homenagem ao presidente militar que fundou a estrada, é possível notar que a pavimentação é relativamente recente e bem feita, e o percurso de 80 quilômetros é percorrido em cerca de uma hora. Contudo, é só passar desse perímetro que o asfalto dá lugar à terra vermelha e aos problemas causados pela falta de infraestrutura.

“Ruim? Ruim é pouco. Aqui é péssimo. Nesse ano, eles abandonaram a estrada”, lamenta Cláudio Almeida, caminhoneiro que transportava frango em um ponto da rodovia, a cinco quilômetros do centro de Medicilândia, onde o asfalto termina. Em trecho adiante, um outro motorista viaja com uma carga de cacau, após partir de Uruará. Dionilson Barros conta que, em 30 anos fazendo o percurso de pouco mais de 100 quilômetros entre os dois municípios, é como se o tempo tivesse parado: pouca coisa mudou. “A estrada se acabou e ninguém toma uma providência. A situação tá feia. Alguma coisa melhorou, sim, nesse tempo, mas ultimamente esse trecho está abandonado. Tem de terminar de fazer esse pedaço que tá faltando, daqui pra Rurópolis”, pondera Dionilson. 

Cláudio Almeida é caminhoneiro (Igor Mota / O Liberal)

Mesmo os menos experientes já aprenderam: para enfrentar a Transamazônica, é preciso coragem e paciência. “Eu vim de Uruará esses dias, e foram quatro horas de viagem de ônibus. Tá ruim demais a estrada. Muita poeira, buraco, e quando chove, é lama demais e atoleiro”, reforça Tarcísio Teixeira, de 19 anos.

No mesmo evento em que o governo federal entregou o mais recente trecho asfaltado da BR-230, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, e o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Santos Filho, assinaram uma ordem de serviço de R$ 202 milhões para a construção de uma nova ponte sobre o rio Xingu. 

A obra está prevista para iniciar em 2022, após elaboração e aprovação de projeto, com previsão de durar dois anos. Esse novo empreendimento é mais um passo no processo de estruturação da rodovia, que parece nunca terminar. 

Dionilson Barros é caminhoneiro (Igor Mota / O Liberal)

Para muitos dos que vivem às suas margens, e das idas e vindas pelas suas pistas, tudo soa como apenas mais uma promessa para a conta de uma população que ainda depende de balsas para fazer o trajeto entre Anapu e Altamira – e que sonha que a estrada para o futuro seja menos atribulada.

Conflitos e luta pela sobrevivência

“Quando comecei  no fotojornalismo, o meu sonho era ser fotógrafa de guerra. Falei isso um dia, lá pelos idos de 1987, para um colega fotojornalista experiente, e ele me respondeu: você já está no campo de batalha, sua guerra é aqui, na Amazônia”. Com a lente a tiracolo, Paula Sampaio foi à luta, chegando ao front em 1990, quando, em Altamira, se viu diante da Transamazônica – descrita por ela como uma “serpente de terra vermelha e brilhante”. E assim ela começou a registrar o cotidiano atravessado pela rodovia. 

Paula Sampaio

Paula Sampaio é fotógrafa (Miguel Chikaoka)

Paula Sampaio nasceu em Belo Horizonte. Radicada no Pará, encontrou na Transamazônica o caminho que percorreria nas décadas seguintes, começando um trabalho que já dura mais de 30 anos. Tudo que ela registra, ao fotografar e entrevistar os moradores da região, é disponibilizado para consulta e uso gratuito por estudantes, pesquisadores, organizações não-governamentais, sindicatos e entidades dedicadas à defesa dessas populações e do ambiente – na tentativa de usar seu trabalho para, de alguma forma, beneficiar os homens e mulheres que lá vivem.

(Igor Mota / O Liberal)

“O conjunto das histórias de vida e a relação das pessoas com esse ambiente cortado pela estrada é marcante. Essa constelação de relacionamentos e a forma como essas comunidades se organizam, criando espaços de resistência, e a força da natureza que a todos abraça, mesmo tão agredida, está presente em mim, sempre”, relata a fotógrafa.

“Aqui a vida é muito boa. É pacato, melhor que Altamira, que tem muito movimento. Não tem criminalidade” – Regiane Rodrigues Ribeiro, estudante.

Indígenas, ribeirinhos e pequenos produtores rurais são alguns desses personagens que tentam viver na área de influência da rodovia, reivindicando seu espaço entre os grandes empreendimentos e proprietários de imensas áreas de terra. Em toda sua extensão, a rodovia atravessa pontos de turbulência, como conflitos agrários e a eterna disputa entre indígenas e latifundiários. 

Veja algumas imagens de Paula Sampaio sobre a Transamazônica:

(Paula Sampaio)

Em fevereiro de 2005, a morte da missionária norte-americana Dorothy Stang deu ao mundo uma mostra de como é perigosa a vida daqueles que lutam pelos direitos dos trabalhadores rurais na área da rodovia Transamazônica. Crimes como exploração sexual, tráfico de drogas e garimpo ilegal também são frequentemente encontrados no noticiário policial da região. Mesmo assim, a vida persiste e consegue prosperar, pela insistência daqueles que se recusam a recuar.

Dorothy Stang foi assassinada (Tomaz Silva / Agência Brasil)

“Aqui a vida é muito boa. É pacato, melhor que Altamira, que tem muito movimento. Não tem criminalidade”, justifica Regiane Rodrigues Ribeiro, jovem de 21 anos que é estudante de Enfermagem e moradora da comunidade Leonardo Da Vinci, em Vitória do Xingu. Aos fins de semana desse vilarejo incrustado na Transamazônica, ela vai para a beira da rodovia. Vende pamonhas feitas com o milho colhido pelo pai e pelo marido, no sítio do avô, um mineiro que veio tentar a vida na região ainda quando a estrada tinha acabado de ser aberta.

Regiane cresceu ouvindo histórias de como a vida foi dura para que sua família prosperasse, após vir de longe, para uma terra desconhecida. Recentemente, a estudante presenciou um processo semelhante: foi testemunha das mudanças que as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte impuseram à sua comunidade. “Com Belo Monte, eu não achei que teve muita melhora para nós aqui, não. Nas obras, a vida mudou muito. Veio muita gente para cá, aumentou a criminalidade. Depois que acabou, voltou a ser a vida de antes, em que a gente conhecia todo mundo, conversava com todos. Nesse período, veio muita gente de fora, ficou aquela bagunça. Aqui era quitinete lotada, não parava o movimento. Quando acabou, ficaram apenas as casas vazias”, lembra a estudante, que diz gostar da vida às margens da BR-230.

Regiane Rodrigues Ribeiro é estudante (Igor Mota / O Liberal)

“Antes não tinha asfalto nesse trecho, e agora tem. Aqui mesmo na vila, melhorou muito. Eu conheço muita gente trabalhando aqui, na beira da estrada. O povo vem de fora e a gente conhece várias culturas. Durante a semana, eu trabalho no posto de saúde”, diz ela, que é técnica de Enfermagem e ainda faz faculdade da área. As aulas universitárias ocorrem em formato semipresencial, com aulas online, em casa, e indo a Altamira toda semana. Lá, Regiane tem orientação presencial, em uma instituição privada que chegou há poucos anos na região. “Para mim, é maravilhosa essa tranquilidade. Parece uma ‘roça’, mas tem internet, energia, tudo bacaninha”, sorri a jovem, sentada no acostamento – à espera da próxima grande mudança que a Transamazônica trará para sua vida.

Transamazônica: desafio colossal

(Igor Mota / O Liberal)

– Com 4.223 quilômetros de extensão, a Transamazônica começa em Cabedelo, na Paraíba, e termina em Lábrea, no Amazonas;

– Ela atravessa sete estados: Paraíba, Ceará, Maranhão, Tocantins, Piauí, Pará e Amazonas;

– A estrada corta 63 municípios;

– Sua extensão passa por três ecossistemas brasileiros: Amazônia, Caatinga e Cerrado.

Fonte: Caio Oliveira / O Liberal

GOVERNO DO PARÁ INSCREVE PARA PROCESSO SELETIVO COM 233 VAGAS E SALÁRIO DE ATÉ 2.809,37

As inscrições começam nesta segunda-feira (04) e seguem até quinta-feira (07)

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) abriu inscrições para Processo Seletivo Simplificado (PSS) para a contratação temporária de 233 servidores. O prazo inicial de contrato é de 12 meses, podendo haver prorrogação por igual período. A jornada de trabalho será de 6 horas diárias, 30horas semanais.

Os cargos em aberto são para assistente administrativo; assistente de infraestrutura; assistente de informática; motorista; auxiliar operacional; técnico em gestão de meio ambiente (meteorologia, engenharia sanitária, agronomia, engenharia florestal, engenharia ambiental, engenharia de produção.

Na lista constam ainda cargos para engenharia de pesca, engenharia de minas, engenharia elétrica, engenharia química, pedagogia, administração, serviço social, ciências sociais, ciências biológicas, geologia e rede de computadores); técnico de gestão de infraestrutura (arquitetura e engenharia elétrica); técnico de gestão pública (administração, ciências contábeis, secretariado executivo, ciências econômicas, estatística e comunicação social) e os de gestão de informática (rede de computadores, sistemas de informação, engenharia da computação e ciência da computação).

Escolaridade

As vagas atendem todos os níveis de escolaridade. As contratações temporárias serão para os municípios de Belém, Altamira, Itaituba, Marabá, Paragominas, Redenção e Santarém. Para os cargos de assistente administrativo, assistente de infraestrutura, assistente de informática, motorista, auxiliar operacional, as remunerações serão de R$ 1.100,00, além de benefícios. Os demais cargos terão remuneração de R$ 2.809,37 mais benefícios.

As inscrições começaram nesta segunda-feira (4) e seguem até a próxima quinta-feira (7), exclusivamente pelo Sistema Eletrônico de Processo Seletivo Simplificado (Sipros), através do site. Os inscritos serão submetidos à análise curricular e entrevista, ambos de caráter eliminatório e classificatório.

Após o período de inscrições, a segunda fase do PSS, com análise documental e curricular, será realizada entre os dias 8 e 28 de outubro. O resultado preliminar desta fase será divulgado no dia 29 de outubro e o definitivo será no dia 11 de novembro, quando também será feita a convocação para as entrevistas. As entrevistas acontecem entre os dias 11 a 25 de novembro e os resultados da entrevista e do PSS serão divulgados no dia 26 de novembro. Outras informações a respeito deste PSS estão em seu Edital, disponível no site do Sipros.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

CÂMERAS FLAGRAM ASSASSINATO DE JOVEM DURANTE A MADRUGADA

A vítima estava com amigos na frente de bar e teria caído em uma emboscada

Câmeras de um estabelecimento que fica no Bairro Esplanada do Xingu, mostram o momento exato em que o jovem Wanderley Andrade, de 20 anos, passa pelo atirador, em seguida o criminoso, que estava parado na calçada, tira a arma do short e atira várias vezes contra a vítima.

Segundo a Polícia, Wanderley pode ter sido vítima deu uma emboscada, já que estava do outro lado da rua e teria sido chamado por outra pessoa que estava próximo ao atirador. O jovem não teve chance de se defender dos tiros. Testemunhas afirmam que ouviram mais de seis tiros, três deles teriam atingido a vítima. “Ouvimos vários disparos, foi uma correria”

Vejam o vídeo:


Fonte: Confirmanoticia

MULHER BRUTALMENTE ASSASSINADA A PAULADAS E FACADAS EM TUCURUÍ

Seis homens suspeitos de envolvimento na morte foram presos

No último sábado, 02, Alessandra Pinto Serrão, uma mulher com deficiência intelectual, foi brutalmente assassinada com golpes de facão e pauladas em Tucuruí, Sudoeste Paraense. Seis pessoas foram detidas pela Polícia Militar horas depois do crime, que teria sido cometido por conta de uma dívida de 250 reais.

O homicídio foi por volta das 4h30, no bairro Beira Rio. O 13º Batalhão de Policia Militar (BPM) informou que ficou sabendo do caso logo no começo da manhã, tomando conhecimento que várias pessoas participaram do crime, que foi executado com requintes de crueldade.

Logo pela manhã, o setor de inteligência do Batalhão repassou o nome de um possível envolvido no homicídio, e os policiais fizeram várias diligências até localizarem uma residência na travessa Pio Dias, no bairro Nova Conquista, onde estavam dormindo cinco pessoas envolvidas no crime. No momento da prisão, um dos um dos suspeitos confessou o crime e delatou a participação de mais um envolvido, que foi encontrado, posteriormente, dentro de uma residência na Rua Canuto, no mesmo bairro. Ao todo, seis suspeitos foram presos, sendo quatro adultos e dois menores de 18 anos.

Todos foram conduzidos para a Seccional de Polícia Civil de Tucuruí, onde confessaram o crime e deram detalhes. Segundo eles, a vítima devia uma quantia de 250 reais para um adolescente, e como Alessandra não queria pagar, ele planejou o homicídio por vários dias. Luciel Ribeiro da Cunha, também conhecido como Caco, seria o "cabeça" do grupo, e foi quem coordenou a execução brutal de Alessandra. Todos os presos e os adolescentes apreendidos seguem à disposição da Justiça.

Fonte: O Liberal 

sábado, 2 de outubro de 2021

POLÍCIA CIVIL DE MEDICILÂNDIA DEFLAGRA OPERAÇÃO ELÍSEOS

Operação cumpriu três mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva pelos crimes de estupro de vulnerável e roubo majorado.

Suspeitos que foram alvos da operação.
Foto: Reprodução

Na tarde desta quinta-feira (30), a Polícia Civil de Medicilândia, deflagrou a Operação Elíseos com o objetivo de cumprir vários mandados de prisão por diversos crimes.

Entre os alvos da operação estão Cícero Santos Filho, vulgo Neném e Douglas Aleriano Vidal, ambos suspeitos de roubo majorado; também foram objeto da investigação Décio Coimbra de Lima e Edilson dos Santos Costas, vulgo Nego Bila, suspeitos de estupro de vulnerável.

Todos os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil onde foram ouvidos pela autoridade policial. A medida visa reprimir os crimes contra a dignidade sexual e crimes patrimoniais no município. A ação contou com a participação de policiais das delegacias de Brasil Novo e Medicilândia.

Fonte: Plantão 24 Horas News

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

PRF RECUPERA MOTOCICLETA ROUBADA, EM ANAPU/PA

O flagrante ocorreu quando uma equipe da PRF realizava fiscalização na Transamazônica.

O flagrante ocorreu nesta sexta-feira (01), por volta das 12h, quando uma equipe da PRF abordou um homem que estava na posse de uma motocicleta Honda CG 150, sem placa de identificação, no km 500 da BR-230.

Durante os procedimentos de fiscalização e consultas aos sistemas, foi identificada uma ocorrência de roubo/furto registrado na cidade Altamira/PA.

O condutor relatou aos policias que havia adquirido a motocicleta em setembro de 2020 e que não sabia da origem ilícita.

Diante do exposto, a princípio, a ocorrência do crime de receptação (art. 180, CP). O condutor e o veículo foram encaminhados a Delegacia de Polícia Civil de Anapu para as medidas cabíveis.

Fonte: PRF/PA

JOVEM É ASSASSINADO A TIROS EM BRASIL NOVO E OUTRO FICOU FERIDO NO FINAL DA TARDE DESTA SEXTA-FEIRA

O jovem baleado foi socorrido e levado ao hospital Hospital Municipal maria José Biancardi

Foto: Redes Sociais 

O crime aconteceu no final da tarde desta sexta-feira na estrada da vicinal 13 no Bairro Vista Verde. As primeiras informações é que uma pessoa foi assassinada a tiros e outra foi baleado.  Populares no local da ocorrência informaram que um carro de cor clara, não sabendo identificar o modelo e nem a placa do veículo, chegou e parou ao lado das vítimas momento que dois elementos desceram do carro armados e já foram efetuando disparos em direção as vítimas e fugindo do local logo em seguida.

As vítimas foram identificadas como sendo Alan Santos da Silva e Adriano Silva da Conceição. Os dois seriam da mesma família conhecido como ARARAS que moram em Brasil Novo. Alan morreu no local e Adriano foi atingido nas pernas, foi socorrido pela equipe do SAMU e encaminhado ao Hospital Municipal maria José Biancardi e não corre risco de morte.

Polícia Civil foi acionada e teve no local da ocorrência e fez o isolamento do local até a chegada do IML que após perícia fez a remoção do corpo.

Por: Brasil Novo Notícias com informações da Polícia Militar/Brasil Novo

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Motorista apresentou documentação falsificada de veículo à equipe da PRF, durante abordagem às margens da BR-230.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), na última quinta-feira (30) durante deslocamento em Altamira/PA, avistou um carro com emplacamento da Feira de Santana/BA. Ao realizar consulta nos sistemas móveis da PRF, verificou-se que o veículo era emplacado em São Paulo/SP, motivo pelo qual foi realizada a abordagem.

Ao ser questionado, o condutor informou que adquiriu o veículo há Aaproximadamente quatro meses e que deu em troca, uma motocicleta HONDA/POP. Afirmou também que a troca foi realizada no município de Altamira-PA.

A equipe também questionou sobre a documentação do veículo ao motorista, que apresentou o certificado de registro e licenciamento do veículo emitido pelo DETRAN de Feira de Santana-BA. Após análise na documentação, foram encontradas diversas inconsistências nas informações apresentadas pelo condutor.

Diante do fato considerando a evidência de que o documento apresentado era falso, o homem foi conduzido a Polícia Federal, por fazer uso de documento de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) falsificado ou alterado.

Fonte: PRF/PA