O comandante da 13ª Companhia Independe de Polícia Militar de Uruará Major Márcio Abude disse nesta segunda-feira, 15, que a Polícia Militar do município não foi avisada do abastecimento bancário realizado pelo carro forte na tarde de quarta-feira, 10, quando após o abastecimento houve o assalto as agências do banco da Amazônia e banco do Brasil cometido por bando fortemente armado. Segundo o major se o bando não for preso eles retornarão por terem informações privilegiadas.
“A população precisa saber a verdade sobre o assalto, não quero aqui acusar ninguém, as investigações serão feitas pela Polícia Civil e Polícia Federal que estão aqui no município. Há 9 meses implantamos aqui um policiamento bancário e toda vez que vai chegar carro forte transportando grande quantidade em dinheiro para abastecer os bancos da cidade nós somos avisados pelo tesoureiro do banco do Brasil, e nós reforçamos a área, o CME, que é da Rotam, escolta o carro forte e nós temos conhecimentos que vai chegar esses valores de 2 milhões de reais, três milhões de reais, então há 9 meses que nós empregamos esse policiamento, quando arriscamos as nossas vidas. Ficam 4 a 5 policiais na frente do banco do Brasil, 4 a 5 na frente do banco da Amazônia e 4 a 5 na frente da Caixa Econômica, isso sempre quando haviam pagamentos altíssimos de 500 mil reais acima. Até pagamentos que saíam aos sábados nós éramos avisados e a viatura da PM sempre se fazia presente. Eu havia sido informado que na segunda-feira, dia 8, iria chegar uma quantidade grande de dinheiro para pagamento e nós fizemos todo aquele aparato policial. E também tomamos conhecimento de que na terça e quarta não haveria ter pagamento na cidade, só iria haver pagamento na quinta e sexta. Na terça-feira não teve pagamento, foi tudo tranqüilo, só que na quarta-feira para a surpresa nossa houve o abastecimento desse carro forte na Caixa Econômica Federal (para levar o dinheiro para o banco do Brasil e o banco da Amazônia), senhores, nós não fomos avisados de nada, mas mesmo não avisados todos os dias são empregados 16 a 20 homens de segunda a sexta na área bancária, nesse dia haviam 16 policiais militares. E nós não fomos avisados desse abastecimento de quarta-feira a tarde”, esclareceu.
O major questionou: “Por que não chegou essa informação para a polícia militar se a 9 meses nós vínhamos fazendo esse trabalho de policiamento bancário? E agora está aí no que deu e a população ficou prejudicada. Há um estrelismo muito grande e veja no que deu. A gente não quer aqui tirar a culpa da polícia militar, mas se tiver policiais na frente do banco eles não entram, mas depois que eles tomam as pessoas de refém não podemos fazer nada, não podemos atirar, a polícia não pode agir quando há refém. Então tem-se que investigar por que a PM não foi avisada, não vou acusar ninguém. Tudo que nós fizemos nos 9 meses de policiamento bancário foi por água a baixo porque não fomos avisados da situação. O valor levado (que seria de aproximadamente R$ 700.000,00) foi muito pequeno para a estrutura de assalto montada na quarta-feira era para levar 3 a 4 milhões de reais, o valor foi irrisório, eles foram certinho no Banco da Amazônia, foram certinho no banco do Brasil, como eles sabiam que o carro forte estava abastecido de dinheiro? Naqueles malotes poderiam estar cheques, boletos e notas velhas de dinheiro. Se não prender esses caras eles vão voltar aqui por terem informações privilegiadas, não estou aqui acusando ninguém, mas se não prender esses caras eles vão voltar de novo”, alertou o major.
O assalto a agência bancária do banco da Amazônia e banco do Brasil, ocorreu por volta das 14 horas de quarta-feira, 10 de junho de 2015. A polícia continua com as buscas aos assaltantes que na fuga entraram na vicinal do km 190 norte da Transamazônica, zona rural de Uruará e lá se embrenharam na floresta.