Os
funcionários da Secretaria de Viação e Obras do Município de Uruará continuam
com suas atividades paralisadas há quase 48 horas. Segundo eles, o salário está
com dois meses de atraso. E só irão voltar a trabalhar quando receberem.
O servidor Filemon pediu a compreensão da população e disse
que esta é a primeira vez da história do Município de Uruará que os servidores
da Viação e Obras paralisam suas atividades. “O primeiro recado que gostaria de
deixar é para os moradores, que eles tenham compreensão, porque estamos parados
por falta de salário. Mecânicos, garis, serviços gerais, motoristas. Todos nós
estamos passando necessidades financeiras.
Esta é a primeira vez que os funcionários da SEVO param.Filemom
disse ainda que a prefeitura queria pagar apenas parte dos funcionários, mas
eles não aceitaram e enfatizou que “ou a prefeitura paga todos ou ninguém
trabalha”. Ele apelou ainda ao Legislativo de Uruará para que os vereadores
tenham piedade. “Olhem por nosso lado. Peço aos vereadores que defendam os
funcionários públicos. Que fiscalizem e interceda por Uruará”, pediu.O servidor
Amaro Francisco disse que todos os servidores da Viação e Obras estão passando
necessidades financeiras. “Não tem condições trabalhar com fome. O comércio não
quer mais vender. O gás acabou, as faturas venceram. Não temos dinheiro nem pra
comprar remédio. A SEVO nunca havia parado, mas agora fomos obrigados a
paralisar as atividades”, pontuou.
A presidente interina do Sinspur, Ana Cristina Martins,
contou como está a situação e disse que se a prefeitura não pagar os servidores
da Viação e Obras até amanhã, dia 29, os funcionários irão entrar em greve.
“Após meses recebendo seus salários atrasados a categoria não agüentou e
decidiu junto com SINSPUR entrar em ação. Hoje 28 de abril de 2015 os
servidores ainda se encontram sem previsão de receber. Ontem (27) pela manhã,
reunidos os servidores decidiram não trabalhar enquanto não recebessem o
salário. Enquanto conversávamos, o chefe de Gabinete me ligou dizendo que
queria conversar comigo. Fui até a Prefeitura e lá estava o secretário de
Administração, Marcos Baida; o de Viação e Obras, Edson Ferreira; a advogada
Solange e chamaram também o diretor de RH. O secretário Marcos Baida começou a
expor as dificuldades da administração, que o FPM está bloqueado, que estavam
tentando na justiça o desbloqueio, que queriam resolver com diálogo. Me pediu
um voto de confiança e que os servidores mantivessem os serviços essenciais, limpeza
e coleta do lixo e manutenção dos carros que fazem esse serviço e dos carros da
Secretaria de Saúde. Pedi que ele fosse dar aquelas explicações aos servidores
e ele se comprometeu ir à Sevo às 16:00 horas para apresentar uma solução aos
servidores e dizer quando poderiam fazer o pagamento. Voltei para a SEVO,
passei essas informações ao pessoal e lá ficamos até o meio dia. Saímos para o
almoço e retornamos às duas, dentro do horário do expediente. Aguardamos até
16:30 h e nada deles aparecerem. O seu Edson pediu pra eu ligar pra saber se
eles viriam, mas eu disse que não iria ligar, pois eles tinham firmado um
compromisso comigo e que eu aguardaria mais um pouco, se eles não aparecem eu
iria tomas outras providências. O Edson, então ligou para o Baida que mandou
nos dar o seguinte recado: Hoje, dia 28, pagaria o pessoal da limpeza e os
demais só quando o FPM fosse desbloqueado. O pessoal, é claro, ficou revoltado
e decidiram que continuariam a paralisação, o pessoal da limpeza disse que não
voltaria a trabalhar se só eles recebessem e marquei para nos reunirmos hoje
(28), pela manhã no SINSPUR, para darmos continuidade às discussões e nos
preparamos para a greve, caso não haja uma solução (o pagamento)”, disse.
Segundo ela, foi enviado um ofício ao Executivo informando
que os servidores só voltarão a trabalhar caso aja uma explicação e efetivação
do pagamento. “Estamos aguardando uma resposta decente, com a presença do
prefeito ou alguém que nos traga uma solução. Ainda não entramos oficialmente
em GREVE, mas entraremos no tempo legal, caso não haja uma solução”,
explicou. O vereador Gilmar Milanski, disse que é dever e obrigação da
Prefeitura pagar o salário atrasado dos servidores. “Não há como não estar ao
lado dos servidores. São pais de famílias que precisam de seus salários. E,
eles só querem receber. A prefeitura tem o dever e a obrigação de efetuar o
pagamento dos funcionários”, disse.
Os servidores
estão cumprindo sua carga horário de trabalho de 08 ao meio dia e das 14 as 18
hs e aguardam um parecer do Executivo de Uruará que até o fechamento desta
matéria não sentou com a classe.