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Coletiva de imprensa na Delegacia-Geral |
Bem sucedido. Assim foi definido pela Secretaria de Administração
do Estado (Sead) o processo de aplicação das provas do concurso público para a
Polícia Militar do Pará, realizado neste domingo (31) em Belém e mais três
municípios - Marabá, Altamira e Santarém. Ao todo, 105 mil candidatos
disputaram uma das 2.194 vagas disponíveis para os cursos de Formação de Praça
(CFP), Formação de Oficiais (CFO) e Adaptação de Oficiais (Cado). Ao longo
do dia, 20 pessoas, entre elas um soldado da PM de Marabá, foram detidas para
depoimentos em 15 ocorrências, a maioria pela utilização de documentos falsos e
por falsa identidade (tentando fazer a prova em lugar de outra).
Em Belém, um candidato tentou usar um ponto eletrônico, outros
desobedeceram a ordem de não usar aparelhos de celular em sala de aula. O
esquema de segurança preventivo e integrado, montado pela Sead em parceria com
a banca organizadora, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento de Pesquisa (Fadesp),
e o sistema de segurança pública do Estado, por meio das polícias Civil e
Militar, garantiu que o exame transcorresse normalmente e sem tumultos.
A candidata Marília Lemos, 23 anos, concorreu a uma vaga no Curso
de Formação de Oficiais. Graduanda em Sistema de Informação, ela considerou
positivas as medidas tomadas pela organização do concurso para evitar fraudes.
“É uma política correta, pois é uma segurança para nós mesmos, candidatos”,
opinou.
TENTATIVAS DE FRAUDE
Quanto
ao suposto vazamento de gabarito e do cartão-resposta na internet, a Polícia
Civil tranquiliza os participantes do certame que não passaram de tentativas
frustradas de fraude. “Em alguns casos, o gabarito dava cinco opções de
assertivas, quando na prova só havia quatro. Ou então disponibilizavam 60
questões, sendo que a prova era composta de apenas 50. Sem contar que sequer
mencionavam o tipo de prova. A intenção era puramente lucrar em cima do
candidato”, explicou o delegado-geral da PC, Rilmar Firmino, durante coletiva à
imprensa na noite deste domingo, em Belém.
Também estiveram presentes à entrevista a secretária de
Administração do Estado, Alice Viana, o advogado da Fadesp, Danillo Araújo, e o
comandante geral da Polícia Militar do Pará, coronel Roberto Campos. Formada em
radiologia, Ana Carolina Pinto Gomes, 28 anos, é uma das pessoas que entrou na
disputa por um cargo de oficial. Há três meses estudando para o concurso, ela
vê na Polícia Militar uma chance para mudar de vida. “Já fiz uns e outros
concursos, mas para a polícia é a primeira vez que estou tentando”, contou.
NÚMEROS
Dos 105.066 inscritos, 15.139
faltaram à prova. Isso corresponde a quase 14,5% do quantitativo. Pela manhã,
durante as provas para os cursos de Formação de Praças e de Adaptação de
Oficiais, o índice de candidatos faltosos chegou a 14%, ou seja, de 90.500
inscritos 12.311 não compareceram ao exame. Já pela tarde, período em que foram
aplicadas as provas para o Curso de Formação de Oficiais, de um total de 14.653
inscritos, 2.828 faltaram (pouco mais de 19%). A cidade que registrou maior
índice de absenteísmo foi Belém e a que teve menor índice foi Altamira.