Reajuste que impactou diretamente a vida de consumidores como a Telma Santos, que é cozinheira e precisou parar com as vendas de tacacá por não ter condições de comprar gás no valor atual do mercado. “Eu comprava gás a R$ 68,00 ano passado e esse ano estou comprando a R$98,00. Praticamente não uso mais o forno, antes adorava fazer comidas como empadão e peixe assado, hoje já não faço mais para ver se meu gás rende. Sou cozinheira e fazia minhas vendas sempre para ganhar meu dinheiro, mas parei por causa do aumento, suspendi completamente”, comenta a cozinheira.
De acordo com o Presidente do Sergap, Francinaldo Oliveira, só este ano, houve quatro aumentos nas refinarias da Petrobras, mas esses aumentos só não chegam integralmente ao consumidor final, por conta da grande concorrência entre os postos revendedores, que são ultimo elo da cadeia de comercialização. Estes adquirem os botijões das empresas que formam o oligopólio.
“Desde maio de 2020, quando iniciou a série de aumentos, o preço do GLP variou mais de 90%, na saída da refinaria da Petrobras. Se o preço ao consumidor sofresse esses mesmos reajustes, um botijão custaria mais de R$ 130,00. No entanto, no mesmo período, variou 35%, passando de R$ 70,00 para R$ 95,00, em média”, afirma o presidente.
A nível nacional, somente de janeiro a abril, o aumento foi de 11,45% e, nos últimos 12 meses, 17,25%.
De janeiro a abril, o preço do gás de cozinha subiu 11,45%. Nos 12 meses seguintes de maio de 2020 a maio de 2021, o aumento foi de 17,25%, segundo o IPC-S, indicador de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), utilizado em reajustes salariais e de aluguel. Se comparada a inflação do mesmo período, o registro chega a 3,5%, o equivalente a cinco vezes menos do que o gás de cozinha.
As perspectivas para os próximos meses ainda são de constantes altas, segundo o Sergap, caso a nova diretoria da Petrobras não mude a política de preços atualmente vigente, que é a de paridade aos preços internacionais. O órgão recomenda que o consumidor use de forma racional e busque comprar de postos autorizados e identificados, pois há notícias de fraude no peso relacionadas a preços baixos o que pode colocar em risco a saúde não só de quem compra de lugares irregulares como de toda a vizinhança.
Fonte: O Liberal
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