Jean
Wyllys foi reeleito para terceiro mandato e cerimônia de posse dos
deputados está marcada para 1º de fevereiro. Secretaria da Câmara
informou que suplente é David Miranda (PSOL-RJ).
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Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) — Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados |
A
assessoria do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou nesta
quinta-feira (24) que o parlamentar não tomará posse para o novo
mandato.
Ao G1,
a assessoria de Jean Wyllys informou que ele tem recebido ameaças e,
por isso, decidiu não assumir o terceiro mandato parlamentar. A
posse dos deputados federais eleitos está marcada para 1º de
fevereiro. Jean Wyllys recebeu 24.295 votos na eleição de outubro.
Em
uma rede social, Jean Wyllys publicou nesta quarta: "Preservar a
vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores.
Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o
novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a
todas e todos vocês, de todo coração. Axé!"
De
acordo com a Secretaria-Geral da Câmara, o suplente de Jean Wyllys é
o vereador carioca David Miranda (PSOL-RJ).
Mais
cedo, nesta quinta, Jean Wyllys concedeu entrevista ao jornal "Folha
de S.Paulo" na qual informou que está no exterior e não
pretende voltar ao Brasil. Na entrevista, o deputado diz que tem
sofrido ameaças de morte.
"O
[ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava
ameaçado de morte, falou para mim: 'Rapaz, se cuide. Os mártires
não são heróis'. E é isso: eu não quero me sacrificar",
disse Jean Wyllys à "Folha".
Ainda
ao jornal, Jean Wyllys disse que o PSOL, partido ao qual é filiado,
reconhece que ele se tornou um "alvo" e apoiou a decisão
dele de não retornar ao Brasil.
Ao G1,
a assessoria de Jean Wyllys afirmou que há uma campanha "muito
pesada" contra o deputado, que dissemina conteúdo falso sobre
ele na internet o associando, por exemplo, à pedofilia, ao casamento
de adultos com crianças e à mudança de sexo de crianças.
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Marielle Franco (PSOL-RJ), vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018 — Foto: Reprodução/JN |
Assassinato
de Marielle
Ainda
segundo a assessoria, desde então, o parlamentar precisava andar de
carro blindado e com escolta de seguranças armados.
"Aumentou
a situação de violência, de seguidores do atual presidente [Jair
Bolsonaro] que fazem todo tipo de xingamento e ameaças nas redes
sociais. Isso criou uma situação cada vez mais difícil. Antes do
assassinato da Marielle, ele já vinha recebendo ameaças muito
pesadas, inclusive direcionadas não só a ele, mas também à
família. E-mails falando endereço da mãe, endereço da irmã, da
família", informou.
De
acordo com a assessoria, Jean Wyllys está no exterior, mas o local
não será informado por questão de segurança.
Situação
'muito grave' do país
À
TV Globo, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que a
situação do país é "muito grave".
"A
situação do país é realmente muito grave, e a gente tem defendido
que a resistência democrática no país é necessária. O Jean era e
ainda é uma nesse processo de resistência democrática”, afirmou
o presidente do PSOL. "A decisão dele é de caráter pessoal",
acrescentou.
Juliano
disse lamentar a decisão de Jean Wyllys porque o partido preferia
que ele continuasse na bancada. Mas ressaltou que o partido
compreende e se solidariza com o deputado.
Por: Fernanda Calgaro e Fernanda Vivas, G1 e TV Globo —
Brasília