Foram
dois dias de competição regada a muitas histórias de
superação. As finais do Campeonato Regional Norte de Bocha
Paralímpica, realizadas na tarde deste sábado, 22, no Sesi
Ananindeua, foram pura emoção. A cada jogada, a torcida vibrava. O
Pará fez bonito e subiu ao pódio em todas as quatro categorias da
competição, conquistando dois ouros, duas pratas e um bronze. Já o
Acre levou dois ouros e uma prata e Rondônia ficou com uma
prata e dois bronzes.
Na
categoria BC1, o atleta da Associação Paralímpica de Marabá,
Lucas Melquides, garantiu a prata e o troféu de destaque masculino
da competição. Na categoria BC2, o ouro foi para a atleta, também
de Marabá, Jennifer Viana, e o bronze ficou com o paraense Joel
Madeira, da Equipe Clube Paralímpico Superação.
Aos
23 anos, Jennifer já conquistou várias medalhas nos campeonatos
escolares de Bocha, mas esse é o primeiro ouro da atleta em um
regional e ela vai continuar treinando para fazer bonito na etapa
nacional, que será realizada em dezembro deste ano, em São Paulo. O
técnico dela, que é professor de educação física e iniciou a
jovem no esporte paralímpico, ficou emocionado com a vitória.
“Começamos a treinar no final de 2011, quando ela era aluna da
Escola Estadual Anísio Teixeira, lá em Marabá, e é muito
gratificante ver o desenvolvimento dela na bocha”, contou Ari dos
Reis.
Jennifer
tem paralisia cerebral e conta que frequenta um cursinho popular na
cidade para prestar vestibular. “Eu quero ser universitária e
estou estudando para cursar sistema de informações”, disse.
Na
categoria BC3, a paraense Dayane Victória Espíndola, 15 anos, levou
a prata e o troféu de destaque feminino da competição. No ano
passado ela foi premiada com o Troféu Romulo Maiorana, na categoria
atleta com deficiência. Nas disputas do Paralímpico Escolar,
realizado em 2015 na cidade de Natal (RN), Dayane conquistou a
medalha de ouro.
E
na categoria BC4 o atleta do Pará, Luiz Gustavo Andrade, de 16 anos,
conquistou o primeiro ouro no esporte, como havia prometido. Ele já
tinha conquistado medalhas de prata e de bronze em campeonatos
nacionais estudantis, mas a emoção da medalha dourada foi especial.
“Fico até sem palavras para dizer o quanto essa conquista é
importante para mim. É muito emocionante e vou em busca de mais
medalhas. Quero ser um atleta profissional, conquistar muitas
medalhas para o Pará e, quem sabe representar o Brasil em
campeonatos fora do país”.
Esperto
e falante, Luiz Gustavo nasceu com Artrogripose, que é uma má
formação das articulações ocasionando limitação de movimento e
menor força muscular. Foi o esporte que o ajudou a ultrapassar
algumas barreiras da doença congênita e rara. “A bocha ajudou
muito no meu desenvolvimento motor. Agora tenho mais força para
arremessar a bola e tenho certeza que posso evoluir muito mais”,
contou.