Só no primeiro semestre deste ano, Altamira demitiu 6 mil trabalhadores e contratou apenas 2,8 mil (Foto: Cristino Martins/Agência Pará) |
Acaba
de ser divulgado um estudo do Ministério do Trabalho que mostra uma
triste realidade para o povo paraense. Segundo o relatório do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Pará é
líder em taxas de desemprego da região Norte. No 1º semestre deste
ano, cerca de 120 mil pessoas foram demitidas no Estado, acima dos
114,1 mil contratados.
E os dois municípios que mais sofrem com
o desemprego, em todo o Norte, também ficam aqui: Altamira e Canaã
dos Carajás. No primeiro semestre deste ano, Altamira demitiu 6,2
mil trabalhadores e contratou apenas 2,8 mil. Isso representa um
saldo negativo de 3,4 mil postos de trabalho, uma queda de 16,2% no
número do emprego formal nos 6 primeiros meses de 2017, em
comparação a 2016.
E a situação vem piorando. Só em junho,
o município demitiu quase 1,1 mil pessoas. Já Canaã dos Carajás
dispensou 5,5 mil trabalhadores no primeiro semestre e contratou
apenas 1,5 mil pessoas, fechando o período com menos 4 mil postos de
trabalho.
A situação tem se repetido. Nos últimos 12 meses,
Altamira demitiu 15 mil pessoas e ficou com saldo negativo de 8,5 mil
postos de trabalho (queda de 32,8% no emprego). O mesmo ocorreu em
Canaã dos Carajás, que, também em 12 meses, fechou 14,2 mil vagas
e admitiu apenas 3,7 mil pessoas.
PLANEJAMENTO
A
situação se repete em diferentes municípios do Pará e fez com que
o Estado fechasse 6 mil postos de trabalho na análise semestral. Em
12 meses, o saldo de empregos no Pará é negativo em quase 21,8 mil
vagas. Os resultados revelam a “falta de políticas públicas do
Governo do Estado voltadas para a geração de emprego e renda”,
observa o professor Assis Costa Oliveira, da Universidade Federal do
Pará (UFPA) e especialista em Cidadania e Justiça Social. No caso
de Altamira, o fim das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte é
apontado como principal responsável pela alta taxa de desemprego.
Porém, para o professor da UFPA, faltou planejamento do Estado, que
não soube atrair investimentos para o município em momentos de
expansão econômica. “Desde o início, já se sabia que as obras
tinham data para terminar”, diz Oliveira.
VIOLÊNCIA
Altamira
lidera outra triste estatística. O município é o 1º no ranking
das cidades mais violentas do Brasil, segundo o Atlas da Violência,
do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea). Assis Oliveira critica a
falta de integração entre as áreas de Segurança Pública,
Assistência Social e Educação e aponta essa ausência de ação do
Governo como causa para o alto índice de criminalidade no Estado,
com 45 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Por:
Lívia Ferrari e Erica Ribeiro
Fonte:
DOL
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