BRASIL NOVO NOTÍCIA: PARÁ GARANTE CINCO MEDALHAS NO CAMPEONATO REGIONAL NORTE DE BOCHA PARALÍMPICA

domingo, 23 de julho de 2017

PARÁ GARANTE CINCO MEDALHAS NO CAMPEONATO REGIONAL NORTE DE BOCHA PARALÍMPICA

Foram dois dias de competição regada a muitas histórias de superação. As finais do Campeonato Regional Norte de Bocha Paralímpica, realizadas na tarde deste sábado, 22, no Sesi Ananindeua, foram pura emoção. A cada jogada, a torcida vibrava. O Pará fez bonito e subiu ao pódio em todas as quatro categorias da competição, conquistando dois ouros, duas pratas e um bronze. Já o Acre levou dois ouros e uma prata e Rondônia ficou com uma prata e dois bronzes.
Na categoria BC1, o atleta da Associação Paralímpica de Marabá, Lucas Melquides, garantiu a prata e o troféu de destaque masculino da competição. Na categoria BC2, o ouro foi para a atleta, também de Marabá, Jennifer Viana, e o bronze ficou com o paraense Joel Madeira, da Equipe Clube Paralímpico Superação.
Aos 23 anos, Jennifer já conquistou várias medalhas nos campeonatos escolares de Bocha, mas esse é o primeiro ouro da atleta em um regional e ela vai continuar treinando para fazer bonito na etapa nacional, que será realizada em dezembro deste ano, em São Paulo. O técnico dela, que é professor de educação física e iniciou a jovem no esporte paralímpico, ficou emocionado com a vitória. “Começamos a treinar no final de 2011, quando ela era aluna da Escola Estadual Anísio Teixeira, lá em Marabá, e é muito gratificante ver o desenvolvimento dela na bocha”, contou Ari dos Reis.
Jennifer tem paralisia cerebral e conta que frequenta um cursinho popular na cidade para prestar vestibular. “Eu quero ser universitária e estou estudando para cursar sistema de informações”, disse.
Na categoria BC3, a paraense Dayane Victória Espíndola, 15 anos, levou a prata e o troféu de destaque feminino da competição. No ano passado ela foi premiada com o Troféu Romulo Maiorana, na categoria atleta com deficiência. Nas disputas do Paralímpico Escolar, realizado em 2015 na cidade de Natal (RN), Dayane conquistou a medalha de ouro.
E na categoria BC4 o atleta do Pará, Luiz Gustavo Andrade, de 16 anos, conquistou o primeiro ouro no esporte, como havia prometido. Ele já tinha conquistado medalhas de prata e de bronze em campeonatos nacionais estudantis, mas a emoção da medalha dourada foi especial. “Fico até sem palavras para dizer o quanto essa conquista é importante para mim. É muito emocionante e vou em busca de mais medalhas. Quero ser um atleta profissional, conquistar muitas medalhas para o Pará e, quem sabe representar o Brasil em campeonatos fora do país”.
Esperto e falante, Luiz Gustavo nasceu com Artrogripose, que é uma má formação das articulações ocasionando limitação de movimento e menor força muscular. Foi o esporte que o ajudou a ultrapassar algumas barreiras da doença congênita e rara. “A bocha ajudou muito no meu desenvolvimento motor. Agora tenho mais força para arremessar a bola e tenho certeza que posso evoluir muito mais”, contou.

A competição, realizada pela Associação Nacional de Desporto Paralímpico (Ande), teve o apoio do Governo do Estado, por meio do Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC) e do Plano Estadual de Ações Integradas à Pessoa com deficiência (Existir), em parceria com a Polícia Militar e as Secretarias de Estado de Esporte e Lazer (Seel), de Saúde (Sespa), de Educação (Seduc) – via Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) – e de Assistência Social, Trabalho Emprego e Renda (Seaster).
Foi um sucesso a competição. Estamos em uma nova gestão e profissionalizando cada vez mais o esporte. Estamos deixando bem claro que a região Norte é tão importante como qualquer outra e que não estava sendo valorizada. E o apoio do Governo do Pará foi imprescindível para que tudo desse tão certo”, disse o presidente da Ande, Artur Cruz.
Segundo a diretora do NAC, Daniele Kayath, o Pará é um celeiro de atletas paralímpicos. “A gente sente a satisfação de todos que participaram. É muito bom ver tantos atletas e o esforço que todas as pessoas fizeram para estar aqui. Estamos vendo nossos atletas se destacarem e o Governo vai continuar apoiando e incentivando”, disse.
Os dois primeiros lugares de cada categoria garantiram vaga para o campeonato brasileiro, que será realizado em dezembro, no estado de São Paulo. O Pará é o maior expoente na região Norte quando o assunto é a prática do esporte adaptado. Um estudo feito pela Seel apontou a existência de 21 entidades desportivas filiadas às confederações brasileiras e federações estaduais, que atuam em 22 modalidades, sendo 17 paralímpicas.
De acordo com o mapeamento, no Pará existem entidades paradesportistas registradas nos municípios de Acará (1), Altamira (1), Belém (10), Bragança (1), Marabá (1), Paragominas (1), Parauapebas (3), Santarém (2), Santana do Araguaia (1) e Tucuruí (1).
Plano Existir
Lançado pelo Governo do Pará em 2012, e atualmente vinculado ao NAC, o Plano Existir assumiu o compromisso de garantir ações a partir dos eixos saúde, educação, acessibilidade e inclusão social, para a promoção dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência.
São integrantes do Comitê Gestor do Plano Existir 17 órgãos públicos: Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon); Companhia de Habitação do Pará (Cohab); Escola de Governança do Estado (EGPA); as Fundações Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Carlos Gomes e Cultural do Pará (FCP); NAC; Universidade do Estado do Pará (Uepa); Defensoria Pública; Polícia Militar e as Secretarias de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), de Educação (Seduc), de Esporte e Lazer (Seel), de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e de Saúde Pública (Sespa).

Por: Erika Torres

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