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| Vazamento de rejeitos da Hydro foi registrado nos dias 17 e 18 do mês passado, em Barcarena. (Foto: Divulgação) |
Os
danos ambiental e social causados pela Hydro Alunorte em Barcarena e
já comprovados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) não devem ficar
passar em branco. É o que pede a ação judicial com pedido de
liminar com tutela de urgência da Associação dos Caboclos,
Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama), através do
advogado Ismael Moraes, protocolada na sexta-feira (16).
A
ação pede que a Hydro Alunorte se responsabilize por mais de 20 mil
exames clínicos para avaliar as condições de saúde da comunidade
do entorno de sua planta industrial na cidade de Barcarena, a 150
quilômetros de Belém.
O
pedido se baseia nos laudos do IEC e do Laboratório de Química
Analítica e Ambiental (Laquanan), da Universidade Federal do Pará
(UFPA), que descreve que 24 comunidades em Barcarena foram
contaminadas, dado presente em pesquisas realizadas em 2009, 2013,
2016 e agora.
Segundo
o advogado, “a associação busca na Justiça o custeio imediato
dos tratamentos pela contaminação e as sequelas desse sistema de
poluição instalado e mantido sob a prevaricação das autoridades
da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas)”.
O documento, segundo o advogado, destaca a “necessidade urgente de
realização de exames específicos para atestar o grau de
contaminação no sangue dessas famílias e as medidas a serem
tomadas com vistas à preservação da própria vida dessas pessoas”,
em especial após o vazamento de resíduos que deveriam ter sido
contidos pelos Depósitos de Rejeitos Sólidos (DRS 1 e DRS 2) no
local nos dias 17 e 18 de fevereiro, quando fortes chuvas atingiram a
região.
COLETA
Mais
que isso: como alguns exames só podem ser feitos em Belém, a Hydro
deverá arcar ainda, ou com os custos de alimentação, transporte e
estadia em hotéis até quando o material para o exame de cada pessoa
possa ser colhido, ou custear a mobilização logística do
laboratório a ser contratado com estrutura para que os exames sejam
realizados em até 10 dias após a intimação.
RISCOS
SÃO GRANDES, MAS GOVERNO NÃO COBRA
Além
de urgentes, os exames, segundo a ação, já serão feitos com certo
atraso, resultado das práticas irregulares da Hydro e também da
falta de ação efetiva por parte do Governo do Estado em cobrá-la.
“A intenção é que a Hydro se responsabilize em cuidar da saúde
da população e evitar prolongamentos de danos que podem ser
irreversíveis e se perpetuem por gerações. Este é só o primeiro
passo de um logo processo”, explica o advogado Ismael Moraes.



















