Mais da metade do cacau produzido
no Brasil é, literalmente, fruto paraense. Em 2020, a produção do fruto no Pará
foi de 144.663 toneladas, o equivalente a 52% da produção nacional. Em 2019, o
Estado produziu 130 mil toneladas contra as 105 mil produzidas na Bahia, que
segue na vice-liderança.
O cultivo do cacau no Estado é acompanhado pela
Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), responsável pelo planejamento
e execução de atividades que promovam a sanidade e a qualidade da produção
agrícola. Cerca de trinta mil produtores atuam com a cacauicultura no Estado,
em 29 municípios. Medicilândia, Tucumã e Tomé-açu lideram o ranking de produção
paraense.
A liderança paraense no setor
cacaueiro começou a ser desenhada nos últimos anos, quando a diferença entre a
safra do Pará e a da Bahia reduziu. E a vantagem da Bahia era larga, entre 40%
e 50%. Em 2015, a Bahia foi a responsável por 158 mil toneladas contra 106 mil
do Pará. Em 2016, foram 116 mil toneladas da Bahia e 86 mil dos
paraenses.
Economia
Por conta da importância do
fruto na economia paraense, a Adepará possui um programa constante na Gerência
de Pragas Quarentenária que tem como meta, estabelecer os procedimentos
operacionais para aplicação de medidas preventivas e emergenciais, por meio do
monitoramento de pragas do cacau, trabalho que contribui para o desenvolvimento
sustentável e competitivo do agronegócio no Pará.
Criado em 2012, a partir
da INSTRUÇÃO NORMATIVA No- 13 de 17 de maio de 2012, que Estabelece o Plano de
Contingência de Monilíase (Moniliophthora roreri) do Cacaueiro, o programa tem
entre os objetivos realizar anualmente o levantamento de detecção para a praga
quarentenária Moniliophitora roreri, vulgarmente conhecida como moniliase do
cacaueiro, que faz-se presente em países sulamericanos limítrofes do Brasil
(Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela).
“O Programa do Cacau realiza
um trabalho educativo e preventivo junto aos cacauicultores com o objetivo de
proteger a produção da moniliase. A Adepará, inclusive, é a única agência de
defesa do Brasil que esteve no Peru promovendo a capacitação de seus técnicos
para identificação precoce e combate a esta praga”, detalha o engenheiro agrônomo,
Euclides Holanda, responsável pelo Programa do Cacau da Adepará.
Ele explica que o trabalho da
defesa vegetal envolve um conjunto de ações fitossanitárias que envolvem a
prevenção e controle da praga que ainda não chegou ao Brasil por meio do levantamento
das áreas com cacau e cupuaçu, sejam elas produtivas ou não.
“Fazemos a inspeção das propriedades com o objetivo de assegurar a ausência da praga e de agirmos de forma mais rápida e eficiente possível, quando ela chegar. Hoje trabalhamos para evitar que esta praga chegue no Pará, mas se ela chegar, quando chegar, estaremos
prontos para agir”, assegura Euclides.
*Alerta*
O gerente de defesa vegetal da Adepará, Rafael Haber, alerta que a praga tem um
alto poder de propagação e por isso o produtor rural deve ficar alerta aos
sinais de infecção do plantio, uma vez que há barreiras sanitárias que impedem
a comercialização de frutos originários de áreas onde há a ocorrência de pragas
como a moniliase do cacaueiro.
“É muito importante que o
produtor informe a Adepará de seu município sempre que suspeitar que há
ocorrência de praga em sua propriedade. A intervenção protege não apenas aquela
lavoura, mas é vital para a economia do Estado”, alerta.
Os endereços e telefones das
unidades Adepará estão disponíveis no site da Agência.
Por: Aycha Nunes
(ADEPARÁ)
Fonte:
Agência Pará
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