A nova estratégia da
Petrobras é não divulgar o percentual de reajuste dos combustíveis, mas apenas
o preço praticado nas refinarias, distante da realidade das bombas. Segundo
anunciou nesta segunda-feira (18), a partir de terça-feira (19), “o preço médio
de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará a ser de R$
1,98 por litro, refletindo um aumento médio de R$ 0,15 por litro no preço de
venda”. Apesar de questionada pela reportagem sobre o percentual de reajuste, a
Petrobras não respondeu.
O cálculo sobre a
alta de R$ 1,83 por litro para R$ 1,98, considerando os R$ 0,15 médios de
aumento médio informados pela petroleira, é de um salto de quase 8,2% no preço
do combustível. Apesar de não informar o percentual, em nota, a empresa
argumenta que “contribui para a transparência de preços para a sociedade” ao
publicar, em seu site, “dados referentes aos seus preços de venda às
distribuidoras dos seus principais produtos”.
Desde 7 de agosto de
2019, os preços passaram a ser publicados, por local e modalidade de venda, no
formato determinado pela Resolução ANP nº 795/2019. “Os novos preços são
acrescentados no arquivo disponibilizado a partir da sua data de vigência, sem
exclusão da vigência anterior. Dessa forma, é possível acompanhar a evolução
dos preços por local”, explicou.
Vale lembrar que a
empresa não dá a informação voluntariamente, apenas em resposta a um pedido
formal, o que é feito diariamente pela reportagem do Correio.
A estatal disse, ainda, que “os preços praticados têm como referência os preços de paridade de importação e, desta maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. No ano de 2020, o preço médio da gasolina comercializada pela Petrobras atingiu mínimo de R$ 0,91 por litro.”
Gasolina
vendida na bomba
A empresa ressaltou
que o preço da gasolina vendida na bomba do posto revendedor é diferente do
valor cobrado nas refinarias pela Petrobras. “Até chegar ao consumidor são
acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura
obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, além das margens brutas
das companhias distribuidoras e dos próprios postos revendedores de
combustíveis”.
Para justificar a
afirmação, a companhia publicou um gráfico no qual apresenta os preços médios
ao consumidor e sua composição nas 13 principais capitais do país para as
semanas de 29/12/2019 a 04/01/2020 e de 03/01/2021 a 09/01/2021. “Pode-se
observar que a participação dos preços de realização da Petrobras na composição
de preços ao consumidor de gasolina caiu de 31% para 29%”, alegou.
No gráfico, o valor
da gasolina era de R$ 4,58 na primeira semana de avaliação e passou a R$ 4,62
na segunda semana, terminada em 9 de janeiro. As variações mais significativas
entre um período e outro, segundo o levantamento informado pela Petrobras,
foram o aumento de 11% para 12% nas margens das distribuidoras e revendedoras e
a elevação de 14% para 15% no etanol anidro, que é acrescentado na proporção de
27% na gasolina.
A Petrobras também
fez questão de divulgar que, segundo dados do Global Petrol Prices, em 11 de
janeiro de 2021, o preço médio ao consumidor de gasolina no Brasil era o 52º
mais barato dentre 165 pesquisados, estando 21,6% abaixo da média de US$ 1,05
por litro.
Fonte: Correio Braziliense
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