A audiência pública do Plano
Plurianual (PPA) 2020-2023 e da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2020 realizada
pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), na manhã desta terça-feira
(28), no município de Altamira, contou com a participação ativa da população
que vive na Região Xingu. A oitiva teve como objetivo ouvir diretamente de quem
mora na região quais são as principais demandas a serem atendidas para que se
alcance o desenvolvimento do Pará.
Antes de apresentar ao público os compromissos
regionais já previstos pelo governo do Estado para o Xingu, o secretário
adjunto de Planejamento e Orçamento da Seplan, Adler Silveira, falou sobre a
importância do momento vivenciado. “É ímpar para o nosso Pará, um momento em
que estamos construindo um planejamento para quatro anos e onde vocês são parte
integrante disso”, reforçou, se dirigindo ao público presente. “Estamos fazendo
a quinta audiência pública do PPA. Já passamos por Marabá, Santarém, Redenção e
Capanema, ouvindo mais de 800 pessoas, no total. A sociedade tem a oportunidade
de ajudar a construir esse nosso Estado”.
Da mesma forma, o prefeito do
município de Brasil Novo, Alexandre Lunelli, destacou o papel desempenhado pelo
Plano Plurianual. “Quando o PPA é disponibilizado para que a sociedade possa
contribuir, se torna uma ferramenta política de investimento, de conhecimento e
de empoderamento da sociedade paraense”, avaliou, também durante a abertura da
audiência.
Já o secretário do Centro Regional do Baixo
Amazonas, Henderson Pinto, reforçou que a Região Xingu demanda um volume grande
de investimentos. “São aproximadamente 400 mil habitantes e temos problemas
seríssimos aqui que têm atrapalhado o nosso desenvolvimento, principalmente, em
relação às estradas”, considerou. “É chegado o momento de realmente fazer
diferente pela região”.
As características do Xingu também foram
evidenciadas durante a apresentação do cenário socioeconômico e ambiental
realizado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).
Sozinha, a região responde por 5% do total do Produto Interno Bruto (PIB) do
Estado, com R$ 6,2 bilhões de participação.
Esporte, assistência e
agropecuária – No momento
em que a população do Xingu tomou a frente da audiência, para apontar as
necessidades da região, as áreas da assistência social, esporte e lazer, e
agropecuária foram destaque.
Representando os moradores de Reassentamentos
Urbanos Coletivos (RUC), Fagner Dias destacou a necessidade de mais políticas
de esporte e lazer para a região. “É injusto a gente ter que fazer sorteio para
incentivar os jovens a virem para a prática do esporte, mas é porque não tem
outro recurso”, desabafou. “Precisamos da Secretaria de Esporte aqui dentro
para a gente pode trabalhar junto: prefeitura, Estado e comunidade. Só assim
poderemos mudar a realidade que temos hoje, principalmente, dentro dos
reassentamentos, onde as pessoas que moram lá são mal vistas pela sociedade”.
O coordenador Geral da Fundação Viver, Produzir e
Preservar (FVPP), João Batista Uchoa, contou que trabalha na região há 27 anos
e fez questão de reforçar a importância de parte dos compromissos apresentados.
“Referente a esse nosso território, gostei do que foi apresentado, mas quero
apontar coisas que eu não vi e reforçar outras”, introduziu. “Essa região,
apesar de toda a discussão em torno da questão da mineraria e da Usina de Belo
Monte, tem 90% de sua base na produção agropecuária, extrativista e comunidades
indígenas. Não tem como um planejamento participativo não considerar isso”.
Também atenta à possibilidade de fazer sua voz ser
ouvida durante a audiência, a moradora da Região Xingu, Ruth Nazaré, pediu
investimentos em assistência social e parabenizou o governo pela realização da
oitiva. “Louvo a iniciativa do Estado de nos permitir colaborar e dizer alguma
coisa para constarmos na vida do Pará”.
Abaetetuba – O próximo município a receber a audiência
pública do PPA e da LOA é Abaetetuba, contemplando a Região de Integração
Tocantins. A oitiva será realizada no dia 30 de maio, às 8h30, no auditório da
Igreja Assembleia de Deus, no centro da cidade.
Por: Cintia Magno