Evandro Cunha dos Santos: governo demitiu o chefe do Ibama no Pará (TV Globo/Reprodução) |
O Ministério do Meio Ambiente demitiu o chefe do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) no Pará, Evandro Cunha dos Santos, pouco mais de uma semana após sua
nomeação, depois que o superintendente anunciou que interromperia a queima de
máquinas apreendidas em operações de combate ao garimpo ilegal.
A
demissão de Santos, que fora nomeado para o cargo pelo ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, no dia 2 de setembro, foi publicada no Diário Oficial
da União, nesta quarta-feira.
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Na
segunda-feita, Santos afirmou durante audiência pública no município de
Altamira, um dos recordistas de queimadas e desmatamentos da floresta
amazônica, que tinha recebido ordem do governo para acabar com a destruição de
maquinas.
A
fala de Santos causou reação no comando do Ibama em Brasília, e a
coordenação-geral de fiscalização ambiental enviou ofício à Diretoria de
Proteção Ambiental do órgão alertando que a declaração “elevou os riscos aos
agentes na região” que trabalham ao lado de forças de segurança no combate a
crimes ambientais, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
“Não
é para queimar nada, maquinário, trator, seja o que for. Não é esse o
procedimento, não é essa a orientação”, disse Bolsonaro no vídeo.
O
presidente, que defende a exploração da Amazônia, tem enfraquecido o Ibama
desde que tomou posse, segundo apurou a Reuters em entrevistas com dez
funcionários antigos e atuais, registros públicos e uma análise de relatórios
internos do governo.
O
Pará foi um dos Estados da região amazônica com alta expressiva no número de
focos de incêndios registrados em agosto deste ano em relação a 2018,
contribuindo para um aumento das queimadas na Amazônia que surpreendeu o mundo
e resultou em cobrança internacional sobre o Brasil pela preservação da
floresta.
Fonte:
Revista Exame