As mensagens divulgadas nas redes
sociais mostram uma conversa que seria entre a diretora do Centro Regional de
Recuperação de Altamira – CRRA, e um agente prisional. Em uma das conversas o
funcionário diz que tinha informação que uma das facções criminosas estaria
planejando matar três detentos, dentre eles o Sandro do Rebojo, morto durante o
massacre.
O alerta seria sobre os planos dos
detentos de realizarem uma suposta rebelião que no dia 29 de agosto entraria
para a história do sistema penitenciário do Pará. Esposa de um dos detentos que
sobreviveram à chacina que resultou na morte de 58 presos, afirma que a ação
teria sido muito bem organizada. “Fizemos uma manifestação, fomos lá para
conversar com eles, pedir atenção dela e ela não deu. Essa manifestação foi
antes, bem antes disso acontecer. A gente a avisou, chamamos ela. Pra gente ter
acesso a ela foi através de um advogado, porque ela não atendeu nenhum de nós”,
conta a mulher que pediu pra não ser identificada.
As conversas teriam acontecido
dias antes do massacre, e mostram que a diretora foi avisada com antecedência e
não teria tomado as providências necessárias para evitar o confronto, considerado,
o segundo maior do Brasil.
Os detentos também escreveram
bilhetes informando que a briga entre facções aconteceria no CRRA. Após a
confirmação do massacre, a cúpula da Segurança Pública do Pará montou
estratégias para identificar e punir os responsáveis. Imagens das câmeras de
segurança da manhã daquela segunda-feira ajudaram nesse trabalho e
identificaram 16 detentos como líderes da chacina, eles foram transferidos para
presídios federais e mais 30 presos foram indiciados por terem participação no crime.
Durante o transporte a outras casas penais, 4
morreram no caminhão cela da Susipe. Denúncias de possíveis maus tratos foram
feitas por familiares dos presos.
Na semana passada, a Polícia Civil
deu cumprimento de mandados de prisões temporárias contra os dois agentes
penitenciários que foram feitos reféns no dia do massacre. A operação eclusa
apontou supostas falhas no procedimento dos servidores da Susipe, após serem
transferidos à capital, a justiça concedeu liberdade a Willian Costa e a Diego Leonel.
A defesa deles rebate as acusações feitas pelo estado.
Agora, com esse novo capitulo de
possíveis alertas feitos dias antes da rebelião, familiares dos detentos mortos
cobram por respostas.
Por telefone a diretora Patrícia Abucater rebateu
as acusações e disse que não foi avisada sobre o massacre, já a Susipe
respondeu os questionamentos.
Por:
Paulo Henrique Oliveira
Fonte: Confirmanoticia
Nenhum comentário:
Postar um comentário