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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

CASO DA GESTANTE DE MEDICILÂNDIA: GESTANTE PERDE BEBÊ APÓS 2 DIAS DE PEREGRINAÇÃO ENTRE HOSPITAIS DE MEDICILÂNDIA E ALTAMIRA, NO PARÁ

Foto: Wilson Soares / A Voz do Xingu
Uma gestante perdeu o filho após passar dois dias peregrinando entre os hospitais de Medicilândia e Altamira, no sudoeste do Pará. Segundo a própria paciente, ela deu entrada no hospital de Medicilândia na manhã de sábado, 25 de janeiro, apresentando sinais de trabalho de parto. Após avaliação, foi informada de que havia dilatação de 2 cm. Em seguida, foi encaminhada para o Hospital Geral de Altamira (HGA).

Ao chegar em Altamira, a paciente afirma que não recebeu atendimento e foi orientada a repousar na casa de um parente. Contudo, sem ter onde ficar no município, ela decidiu retornar para Medicilândia.

Na noite de sábado, já em sua residência, a paciente relata ter sofrido fortes contrações e, na manhã de domingo, voltou a buscar atendimento no Hospital Municipal de Medicilândia. Na unidade, foi informada de que seria novamente encaminhada para Altamira. No entanto, ao ser atendida no hospital de Altamira, foi constatado que o bebê já não apresentava sinais vitais.

O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, onde foi apontado como um possível caso de negligência médica.


Em resposta, o secretário de Saúde de Medicilândia, Deywis Daniel, e a diretora do hospital, Leidiane Maia, gravaram um vídeo apresentando suas versões dos fatos..

A versão do hospital de Medicilândia

De acordo com a diretora do hospital, a gestante foi atendida por um médico em Medicilândia, que, por se tratar de uma gestação de risco, decidiu encaminhá-la ao HGA em Altamira. Ainda segundo a diretora, a gestante foi avaliada por uma médica em Altamira, que teria dado alta e orientado o retorno a Medicilândia.

Ainda de acordo com a chefe do hospital, na manhã de domingo, a paciente voltou ao hospital de Medicilândia relatando fortes dores. Após nova avaliação, o médico plantonista decidiu encaminhá-la novamente para o HGA, acompanhando-a pessoalmente até Altamira. No HGA, a gestante foi levada ao centro cirúrgico, onde foi confirmado o óbito do bebê. “Infelizmente, a criança veio a óbito devido a diversos fatores relacionados à condição de risco da gestação”, afirmou a diretoria do hospital em vídeo divulgado nas redes sociais.

Assista ao vídeo abaixo 


Posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde de Altamira

Em nota, a Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), manifestou profundo pesar pelo falecimento do bebê e solidarizou-se com a mãe e os familiares. A nota informa ainda que o Hospital Geral de Altamira (HGA), referência em obstetrícia na região, prestou todo o atendimento necessário à gestante durante sua primeira ida à unidade, no dia 25 de janeiro. Na ocasião, ela foi avaliada pela equipe médica e liberada, pois os exames indicavam que tudo estava dentro da normalidade.Após retornar à sua residência em Medicilândia, a gestante apresentou um quadro de fortes dores, deu entrada no hospital do município e foi encaminhada novamente ao HGA, no dia 26 de janeiro. Após nova avaliação médica, foi constatado o óbito fetal.

A Prefeitura reforça que todos os procedimentos foram realizados com a devida atenção e cuidado, e segue à disposição para oferecer o suporte necessário à família neste momento tão difícil.

Para garantir a máxima transparência e apurar detalhadamente os fatos, será instaurada uma sindicância interna para investigar o caso.

Questionamentos permanecem

O portal A Voz do Xingu apurou que, no domingo (26/1), não havia médico cirurgião de plantão no Hospital Municipal de Medicilândia pela manhã, quando a paciente estava internada na enfermaria. Outro ponto questionado é o fato de, se os atendentes em Medicilândia atestaram que a paciente estava em processo de parto e que se tratava de uma gravidez de risco, e resolveram encaminhá-la para o hospital em Altamira, por que ela não permaneceu internada no HGA no sábado (25), uma vez que a unidade hospitalar funciona como porta aberta para atender gestantes dos nove municípios da região da Transamazônica e do Xingu.

O caso continua gerando questionamentos por parte da sociedade, que exige esclarecimentos sobre os procedimentos adotados e possíveis responsabilidades no desfecho trágico.

Por Wilson Soares

Fonte: A Voz do Xingu 

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