Brasil Novo Notícias: MOVIMENTOS SOCIAIS COBRAM CRIAÇÃO DE FUNDO SOCIAL COM ROYALTIES DE BELO MONTE

sexta-feira, 16 de abril de 2021

MOVIMENTOS SOCIAIS COBRAM CRIAÇÃO DE FUNDO SOCIAL COM ROYALTIES DE BELO MONTE

Proposta assinada por mais de 20 organizações diferente da que foi enviada à Câmara pelo Prefeito municipal

Os movimentos sociais de Altamira (PA) apresentaram uma proposta para utilização dos recursos da Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos (CFURH) da hidrelétrica de Belo Monte. A sugestão dos movimentos difere da que foi apresentada pela prefeitura municipal. O assunto foi discutido em reunião com o presidente da Câmara Municipal, Silvano Fortunato, na manhã desta sexta-feira (16).

A proposta, elaborada por mais de 20 organizações da sociedade civil, prevê a destinação de 25% dos recursos da CFUHR que cabem ao município (também chamados royalties”) para um fundo social e de inovação. “O objetivo é que esse recurso possa ser utilizado para o desenvolvimento de projetos voltados para as comunidades atingidas pela barragem na área urbana e rural do município”, afirma Edizângela Barros, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), um dos signatários da proposta.

Na proposta feita pela prefeitura, e encaminhada para a Câmara Municipal nesta semana, a previsão é distribuir os recursos da CFURH da seguinte forma: 10% para cada uma das áreas de saúde, educação, infraestrutura, agricultura, defesa, promoção social e turismo, 5% para cultura e 5% para esporte. Não há previsão de participação da sociedade civil nem na fiscalização, nem na gestão e execução desse recurso.

Por sua vez, além da criação de um fundo, os movimentos propõem dobrar o montante destinado à saúde e educação para 20% cada.

Desde que a hidrelétrica de Belo Monte começou a gerar energia, em 2016, já foram distribuídos R$ 594,5 milhões em royalties. Desse percentual, Altamira (PA), o município mais impactado pela construção da usina, ficou com R$ 134 milhões. Vitória do Xingu, cuja população é sete vezes menor, recebeu R$ 131 milhões. O Estado do Pará recebeu 133,3 milhões. Parcelas menores foram para a União e o município de Brasil Novo. O montante de recursos destinados aos municípios aumentou 44% a partir de 2018, a partir de uma demanda da Associação Nacional dos Municípios Atingidos por Barragens e do próprio MAB.

Edizângela explica que a proposta de regulamentar o uso dos royalties é uma demanda antiga dos movimentos locais, mas que não “saiu do papel” durante a gestão do prefeito anterior, Domingos Juvenil. Ao assumir a prefeitura neste ano, Claudomiro Gomes encaminhou a proposta, mas sem discussão com a população.

O projeto de lei que regulamenta o uso dos royalties, o PL 20/2021, está em discussão na Câmara. “Esperamos que o legislativo aprove um projeto que de fato seja inovador e represente um avanço na maneira de lidar com os recursos da CFURH, para que de fato beneficie aqueles que mais sofreram os impactos de Belo Monte”, diz Edizângela.

Fonte: A Voz do Xingu com informações do MAB

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