Caso ocorreu no município de São Miguel do Guamá, no nordeste
paraense, e chocou a população local. Agressor fugiu após o crime.
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A esteticista Jackeline Cardoso de Queiroz, de 29 anos,
com o ex-namorado, Alex Carneiro dos Reis Borges,
de 33anos (Arquivo pessoal) |
Um episódio bárbaro de violência contra a mulher chocou
moradores do município de São Miguel do Guamá, no nordeste paraense, neste
final de semana. A esteticista Jackeline Cardoso de Queiroz, de 29 anos, viveu
momentos de horror ao ser torturada e abusada sexualmente pelo ex-namorado,
Alex Carneiro dos Reis Borges, de 33 anos. O caso foi registrado na delegacia
do município, na última sexta-feira (23), data em que o crime ocorreu. O
acusado ainda não havia sido preso até a publicação desta matéria.
Visivelmente abalada, a vítima lembra com
pesar das três horas em que temeu pela vida diante de alguém que, até dias
antes, nunca havia se mostrado violento. “Eu fui humilhada, torturada e abusada
das 19h às 22h de sexta-feira. Ele esperou terminar meu último atendimento do
dia, entrou na cabine onde eu estava, trancou a porta e disse: ‘agora
precisamos conversar’. Em seguida, ele começou a tirar um martelo e uma faca
que estavam na cintura dele”, inicia.Ela conta ainda que, por Alex ser alguém
aparentemente tranquilo, não ficou preocupada com a presença do rapaz na
clínica de estética dela, localizada na avenida Nazaré, no bairro Vila Nova. O
casal esteve junto durante um ano e nove meses e Jackeline havia terminado o
relacionamento dez dias antes da violência.
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Destruição da clínica de estética da vítima resultou em prejuízo entre R$15 e R$20 mil (Arquivo pessoal) |
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Entretanto, tão logo o agressor
tirou as ferramentas escondidas na roupa, uma outra face veio à tona.
“Primeiro, ele foi quebrando todos os meus aparelhos e depois falava: ‘tá vendo
como tô quebrando isso? Vou fazer a mesma coisa contigo. Vou te matar, vou
colocar tuas vísceras expostas”, conta. “Ele nunca foi violento comigo, por
isso que jamais esperei que fosse acontecer alguma coisa. Ele começou a ficar
louco”, acrescenta. O prejuízo foi entre R$15 e R$20 mil.A vítima conta que o
Alex alternava as agressões. Batia nela, a sufocava, a xingava e depois
continuava destruindo a clínica de estética. “Ele foi disposto a me matar. Fui
tão torturada psicologicamente que me urinei, defequei, Implorei pela a minha
vida, pela vida do meu filho. Realmente pensei que fosse morrer”, detalha.Alex
também resolveu atacar de modo mais incisivo a autoestima da vítima:
contando-lhe os longos cabelos ruivos com o auxílio da faca que portava. “Ele
cortava o meu cabelo e dizia: ‘olha só como tu tá linda agora’. Ele sabia que
eu amava cuidar do meu cabelo. Ele cortou bem baixo, agora só tem buracos.
Naquele momento, eu pensava que ele tava tirando o couro do meu cabelo junto”,
disse.
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Vítima teve os longos cabelos cortados à faca pelo agressor (Arquivo pessoal) |
Temendo pela vida, Jackeline
conta que pedia que o ex-namorado ficasse calmo e prometia que o casal
retomaria o relacionamento. “Foi a maneira que encontrei de me manter viva”,
relembra.Após a série de violações, mais uma: o abuso sexual. “O que mais me
doeu foi que depois de ter passado por tudo isso, estando suja, machucada, ele
ainda disse que tínhamos que ficar juntos para que ficássemos bem”, conta.
Alex
fugiu após os crimes cometidos.Jackeline ligou para o pai, que foi socorrê-la
ao lado do irmão. Apavorada, a vítima foi até a Delegacia de São Miguel do
Guamá registrar um boletim de ocorrência sobre o caso. “Tive tanto medo que nem
dentro da delegacia me senti segura. Achava que ele iria entrar lá pra me
matar”, relembra. De lá, ela realizou um exame de corpo de delito no hospital
municipal de São Miguel do Guamá.Agora, a vítima lida com os traumas e não sabe
quando reconstruirá a clínica de estética. Jackeline vem recebendo ajuda e até
doações da população local.
Alex Carneiro dos Reis Borges
não havia sido localizado até a publicação desta matéria.Em nota, a Polícia
Civil informou que instaurou um inquérito para apurar o caso. Durante o
procedimento, também foi solicitada medida protetiva para a vítima. Quaisquer
informações sobre o paradeiro do acusado podem e devem ser repassadas às
autoridades policiais pelo Disque-Denúncia (181) ou Centro Integrado de
Operações (190). Não é necessário se identificar e a ligação é gratuita.
O Liberal
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