Em busca de apoio
na luta contra a insegurança, vereador pede ação do governo, e consegue que
secretário volte o olhar para o interior
“Eu nunca mais
soube o que foi sentar na porta de casa, e não tenho coragem de levar meus
filhos para brincar na orla, tenho medo que eles vejam pessoas consumindo
drogas, ou assistam alguma tentativa de assalto”. O depoimento é da dona de
casa Maria Alice Rodrigues, de 42 anos, que mora em Altamira tempo suficiente
para saber que algo está fora do eixo. Como ela, outros milhares de
altamirenses preferem a reclusão em seus lares, tudo para evitar que sejam
vítimas de um crime qualquer.
Com um cenário
maligno, onde o mais provável é que você seja a próxima vítima, Altamira tem
sido notícia constante no cenário estadual, e até nacional, por conta do
crescente número de assassinatos, e casos envolvendo o tráfico de drogas. Uma
onda de violência que assusta, e põe em cheque um sistema que chegou ao seu
limite. “As pessoas estão cansadas, sufocadas, não sabem mais a quem recorrer,
e isso precisa parar, nossa cidade precisa voltar a ser nossa de novo”,
declarou a estudante Aline Silva Ramos, de 21 anos, durante a “Caminhada Pela
Paz”, que aconteceu em Altamira no último mês de outubro.
Em menos de 15
dias, dois crimes bárbaros assustaram a cidade. Uma família foi vítima de
quatro criminosos, que invadiram sua casa na periferia de Altamira, e após
anunciarem o assalto, estupraram uma mulher na frente do marido e dos filhos. O
crime causou muita revolta na população, que se mobilizou e organizou uma
caminhada pelas ruas da cidade, clamando por justiça e mais segurança. Mas
antes mesmo que as pessoas tomassem as ruas, um novo crime causou comoção: o
secretário de meio ambiente da cidade foi assassinado a tiros quando chegava em
sua casa, e, apesar dos esforços da polícia, até agora ninguém foi preso.














