Educadores divergem sobre proposta do Ministério da Educação.
A carta do ministro
da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, à todas as escolas públicas e privadas do
país, com um pedido de cumprimento voluntário para que os
estudantes cantem o Hino Nacional e que o momento seja filmado por
professores e encaminhado ao MEC, vem ganhando
repercussão entre educadores de todo o Brasil. Para alguns, é necessário se
resgatar o civismo; para outros há o risco de autoritarismo. A polêmica
mostra-se formada.
A
Redação Integrada de O Liberal, resolveu então ouvir a opinião de dois docentes
de escola pública sobre o caso. Para a diretora de uma escola de Belém, que
prefere não se identificar, o pedido é válido. "Eu considero superválido o
gesto do Ministério da Educação, tanto que para o planejamento da nossa escola
para 2019 nós vamos implementar o civismo com maior ênfase". A gestora
adiantou que os alunos da escola aprenderão a interpretar a letra do Hino
Nacional. "Não como decoreba, mas com assimilação de seu significado"
completou.
Já
um professor, também de escola pública, que pediu para não ser identificado,
lembrou que quando foi estudante de Ensino Fundamental, em escola particular,
costumava participar de cerimônias cívicas no estabelecimento de ensino.
"Por
um lado, essa iniciativa do MEC mostra-se interessante, de incentivar o
civismo, o amor à Pátria; mas o que me preocupa é que isso pode aproximar a
escola de um quartel, com o risco da volta do autoritarismo, da falta de
liberdade de expressão".
ORIENTAÇÃO
No
site do Ministério da Educação (MEC) foi divulgado, nesta segunda-feira (25),
que o o Ministério enviou as escolas do País uma carta do ministro, Ricardo
Vélez Rodríguez, com um pedido de cumprimento voluntário para que o texto fosse
lido no primeiro dia letivo deste ano.
A
carta tem a mensagem: "Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos
e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa
escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova
geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.
No
mesmo e-mail, foi solicitado que, após a leitura da carta, "professores,
alunos e demais funcionários da escola fiquem perfilados diante da bandeira do
Brasil, se houver na unidade de ensino, e que seja executado o Hino
Nacional".