NA REGIÃO DA TRANSAMAZÔNICA, APENAS BRASIL NOVO E MEDICILÂNDIA ENTREGARAM A EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO 1º BIMESTRE. O NÃO ENVIO DE PRESTAÇÃO
DE CONTAS É FALHA GRAVÍSSIMA E PODE CAUSAR BLOQUEIO DE RECURSOS.
Nenhum
município da região de Carajás entregou a execução orçamentária
do 1º bimestre. Não envio de prestação de contas é falha
gravíssima e pode causar bloqueio de recursos.
Os
prefeitos Nélio Aguiar (Santarém), Carlo Iavé (Redenção), Celso
Trzeciak (Medicilândia), Ribamar Lima (Goianésia do Pará), Nilson
Santos (Santa Bárbara do Pará) e Alexandre Lunelli (Brasil Novo)
são os únicos do Pará que podem dormir tranquilos. Eles — meia
dúzia entre os 144 do estado — entregaram pontualmente, até este
sábado (30), o Relatório Resumido da Execução Orçamentária
(RREO) do primeiro bimestre de 2019. As informações foram
levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
Hoje
é o fim do prazo para o envio da obrigação ao Tribunal de Contas
dos Municípios (TCM) e ao Tesouro Nacional. Na região de Carajás,
nenhuma prefeitura tomou iniciativa de entregar a execução
orçamentária do primeiro bimestre. É nesse pedaço de Brasil que
estão três das dez prefeituras mais ricas do estado: Parauapebas,
Marabá e Canaã dos Carajás. A Prefeitura de Parauapebas, no
entanto, não atualiza seu portal de transparência desde o último
dia 26.
Entre
os governos organizados e fiscalmente pontuais, o de Santarém
arrecadou R$ 124,32 milhões nos dois primeiros meses do ano. Já a
Prefeitura de Redenção ajuntou R$ 30,96 milhões, em valores
consolidados e oficiais. Goianésia do Pará (R$ 14,6 milhões),
Medicilândia (R$ 11,89 milhões), Brasil Novo (R$ 8,11 milhões) e
Santa Bárbara do Pará (R$ 7,07 milhões) vêm na sequência.
Penalidades
No
começo deste ano, ao reclamar da falta de prestação de contas dos
municípios, referente ao exercício de 2018, o presidente do TCM do
Pará, conselheiro Sérgio Leão, destacou que o não envio das
prestações de contas ao Tribunal é falha gravíssima e, além de
não cumprirem a lei sobre o prazo legal do envio dos documentos, os
gestores cometem dupla falha por não disponibilizarem informações
necessárias para que seja feito o controle externo e a correta
aplicação do dinheiro público.
E
tem mais: a omissão dos dados tem consequências sérias, como
bloqueio de recursos, tais quais os vinculados à Educação, Saúde
e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Vale lembrar que
os órgãos de controle têm acesso online a esses dados. O município
que não entrega o anexo 12 (referente à saúde) do RREO, por
exemplo, e não o publica no Sistema de Informações sobre
Orçamentos Públicos de Públicos em Saúde (Siops), é incluso,
como inadimplente, no Serviço Auxiliar de Informações para
Transferências Voluntárias, o Cauc, conforme atualização feita na
portaria 55, de 18 de janeiro de 2018.