Segundo a entidade, a casa da
líder Munduruku Maria Leusa Kaba foi incendiada em ataque na aldeia Fazenda
Tapajós e criminosos ameaçam atacar outras aldeias. O objetivo seria
intimidar lideranças que são contrárias ao garimpo nas terras indígenas.
A região vive uma série de
conflitos desde o início da semana, quando foi deflagrada uma operação da
Polícia Federal e do Ibama contra o avanço do garimpo ilegal .
Um jornal teve acesso a conversas
trocadas entre garimpeiros e o vice-prefeito de Jacareacanga, Valmar Kaba
(Republicanos). Nas mensagens, eles combinam ações para fechar
supermercados e todo o comércio da cidade, ontem, além de se encaminharem até o
aeroporto da cidade, em protocolo contra as ações.
“Agora é que é o momento. É
combinar tudo. Esses restaurantes, comerciantes? Fechar tudo. Eles não vão
aguentar sem comer. A articulação é essa daí, comerciante, mototáxi, barqueiro.
Agora é que é a hora do movimento, entendeu”, diz Valmar Kaba.
Em uma resposta enviada ao
vice-prefeito, outra pessoa diz: “Eu topo isso, Valmar. Se o pessoal concordar,
chegou a hora de nós fazermos o movimento agora. Cadê os guerreiros, que vão
para o movimento? Cadê os chefes dos guerreiros, também? Tem que se unir.
Comigo não tem frescura, não, Valmar. Eu não tenho medo, eu topo mesmo. Chegou
a hora de nós fazermos isso. Nós temos que fechar os comércios todos. Temos que
nós unir para ir pra lar pro aeroporto “.
Uma reportagem tentou contato com
o vice-prefeito, mas não obteve resposta.
A Abip (Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil) e a Coiab (Coordenações das Organizações Indígenas da
Amazônia Brasileira) divulgaram nota de alerta e risco de vida aos 14 mil
indígenas que vivem na região.
“Mais uma vez, as vidas indígenas
estão ameaçadas pelo garimpo e por garimpeiros na Amazônia. A rotina de terror
se repete também na TI Yanomami, em Roraima, sob ataque intenso desde o início
do mês. durante a sessão da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
Federal. “
Pelas redes sociais, o governador
do Pará, Helder Barbalho (MDB), que acrescentou pessoal para “mediar” a crise.
“Preocupado com o clima de
tensão, provocado por uma operação dos órgãos do governo federal em
Jacareacanga, pedi para o Comandante Regional da Polícia Militar se dirigir ao
local. Com reforço de tropas estaduais, para fazer a mediação com os órgãos
federais para uma negociação pacífica e preservar a população. “
Com informações do UOL
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