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Gustavo precisa de um doador compatível de medula óssea (Foto: Divulgação) |
A
esperança do pequeno Gustavo Mattos, 8 anos, e de outras pessoas que
dependem de um transplante de medula óssea está concentrada em um
ato: que as pessoas se cadastrem como doadoras em um dos postos do
Hemopa. A partir de uma coleta de amostra de 5 ml de sangue –
equivalente a uma colher de chá –, é possível descobrir se você
pode ser a chance de cura para alguém.
Gustavo
recebeu o diagnóstico de leucemia quando tinha apenas 2 anos. Ainda
em Belém, ele deu início ao tratamento por meio de sessões de
quimioterapia. Quando o menino completou sete anos, porém, a doença
voltou e o pequeno deu início a uma nova batalha contra o câncer.
Diante
da expectativa para o transplante, em abril de 2017, a família
precisou mudar-se para São Paulo, já que em Belém o procedimento
não é realizado. “Viemos nos preparando para essa possibilidade e
o que prevíamos aconteceu”, conta Márcia Mattos, 34 anos, mãe de
Gustavo. “Ele terminou todo o bloco de quimioterapia e a doença
continuou. Então, soubemos que ele precisaria do transplante”. Em
dezembro, a família começou uma campanha para sensibilizar as
pessoas a se cadastrarem como doadores de medula óssea.
A
criança foi incluída no banco do Registro Nacional de Doadores
Voluntários de Medula Óssea (Redome) em outubro de 2017. Desde
então, Gustavo e a família aguardam por um doador 100% compatível.
Para que as chances dele e dos outros 850 pacientes cadastrados
aumente, é preciso que mais voluntários se inscrevam como possíveis
doadores. “Quanto mais pessoas fizerem o cadastro, aumentam a
chances de todos”, explica.
NÚMERO
100
mil - As chances de se encontrar um doador 100% compatível é
de apenas 1 em cada 100 mil pessoas. É por isso que as
possibilidades aumentam a partir do cadastro de novas pessoas. A
doação em si só é realizada quando essa compatibilidade é
confirmada.
REDOME
O
Redome, coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), “reúne
informações de pessoas dispostas a doar medula óssea para quem
precisa de transplante”. O cadastro é realizado pelos hemocentros.
No Pará, as pessoas podem se dirigir ao Hemopa. O procedimento é
simples.
“É
retirada uma pequena amostra de sangue que passa por exames que
demonstram a identidade genética do doador, o que possibilitará
identificar se aquele doador tem compatibilidade com os pacientes que
aguardam por transplante que estão cadastrados”, explica a
assistente social do Hemopa, Rosicleide Teodósio.
A
indicação de que deseja se tornar um doador – e o posterior
cadastro no Redome – pode ser realizado tanto individualmente
quanto no momento em que se faz uma doação de sangue. No segundo
caso, a amostra de sangue retirada para a realização de exames no
momento da doação já serve para o exame de compatibilidade que
será incluído no Redome.
A
estudante Alyne Cunha, 19, escolheu o período do Carnaval para doar
sangue e fez questão de se cadastrar como doadora de medula. Ela
acredita que, muitas vezes, o que leva as pessoas a não se
cadastrarem como doadores de medula é a falta de conhecimento sobre
o processo. “As pessoas acham que já vão fazer a coleta de
medula, mas não. Quando a pessoa se cadastra, é retirada só uma
amostra de sangue”, conta. “É um ato simples, mas muito
importante.”