© Foto: Beto Barata/PR Brasil dobra controle militar sobre refugiados na fronteira com a Venezuela |
BOA
VISTA - O Brasil criou uma força-tarefa para controlar o
ingresso de venezuelanos em
Roraima, medida
anunciada em visita do presidente Michel Temer a Boa Vista.
De acordo com o plano, haverá aumento de 100 para 200 homens nos
pelotões de fronteira no Estado, com duplicação dos pontos de
controle na fronteira, no interior e entre Pacaraima e Boa Vista. Um
hospital de campanha em Pacaraima atenderá atender o fluxo inicial
dos venezuelanos.
Depois
do anúncio de assinatura de uma Medida Provisória decretando uma
espécie de “estado de emergência social” em Roraima, e a
criação de uma coordenação nacional, comandada por um general,
para orientar a realização de programações que permitam melhorar
as condições, os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de
Segurança Constitucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, e da Justiça,
Torquato Jardim, detalharam algumas das medidas a serem
desencadeadas.
© Beto Barata/Presidência da República O Presidente Michel Temer durante encontro com líderes políticos de Roraima, para discutir a imigração de venezuelanos no Estado |
Novos
centros de triagem serão instalados para ajudar na recepção dos
venezuelanos e serão deslocadas motocicletas com equipes volantes
para reforçar. No âmbito do Ministério da Justiça, 32 homens da
Força Nacional que estão em Manaus serão deslocados para Roraima,
assim como oito caminhonetes serão levadas para ajudar no
patrulhamento das cidades.
Haverá
também repasse de recursos para auxílio ao Estado e aos municípios.
O ministro da Justiça chegou a falar dos primeiros R$ 700 mil para a
instalação de centros de referência e anunciou nova reunião
conjunta em 14 de março, para tratar especificamente dos problemas
com a população indígena na região, atribuindo os entraves
existentes a questões meramente ideológicas. Ele reiterou ainda que
será iniciado um censo entre os venezuelanos.
Críticas
políticas.
Em
sua fala, o ministro do GSI fez críticas indiretas ao governo
venezuelano e aos governos anteriores do Brasil que apoiaram a
atuação dos governos Nicolás Maduro e Hugo Chávez. Ao citar os
problemas na Venezuela, que acabaram por resultar neste fuga em massa
para o Brasil, o ministro Etchegoyen citou que “este êxodo social
foi provocado por decisões ideológicas, que levaram ao desastre
venezuelano”, lembrando que “boa parte destas posturas foram
festejadas até que chegássemos à tragédia que hoje vivemos”.
Jungmann
ressaltou a necessidade de distribuição dos venezuelanos pelo País,
salientando que, embora a migração de venezuelanos ocorra
geograficamente em Roraima, na verdade "este é um problema
nacional, que apenas se dá pelo norte do País, por uma questão de
fronteiras". E emendou: “Cabe ao Brasil abraçar e assumir as
mesmas responsabilidades”.
O
general Etchegoyen, por sua vez, apelou para que outros países que
queiram ajudar os venezuelanos, no Brasil ou na própria Venezuela,
que o façam por meio do nosso país. “O Brasil oferece ajuda aos
venezuelanos pela crise que eles enfrentam e abre-se para que outros
países que queiram cooperar o façam por meio da gestão do Brasil”,
declarou. Ele citou que Canadá, Estados Unidos, União Europeia e
países da região manifestaram desejo de cooperar de alguma maneira.
Fonte:
MSN/Estadão
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