Brasil Novo Notícias: MULHER QUE MATOU E INCENDIOU O CORPO DO MARIDO EM CASTELO DOS SONHOS É PRESA NO DF ACUSADA DE MATAR ENTEADA DE 7 ANOS

terça-feira, 25 de novembro de 2025

MULHER QUE MATOU E INCENDIOU O CORPO DO MARIDO EM CASTELO DOS SONHOS É PRESA NO DF ACUSADA DE MATAR ENTEADA DE 7 ANOS

Ela confessa assassinato brutal de enteada de 7 anos no DF e pode pegar até 40 anos.

(Crédito: Material cedido ao Correio)
Brasília (DF)Uma mulher de 43 anos, foragida da Justiça paraense por matar e incendiar o corpo do ex-companheiro, confessou ter enforcado a enteada de 7 anos em uma residência na Cidade Estrutural, no Distrito Federal, na tarde de sexta-feira (21). Iraci Bezerra dos Santos Cruz se apresentou espontaneamente à 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) logo após o crime, onde revelou detalhes chocantes do ato, atribuído a uma "vontade repentina" após consumo de álcool e drogas. A Polícia Civil do DF (PCDF) classifica o homicídio como feminicídio qualificado, com aplicação da Lei Henry Borel, e estima pena máxima de 40 anos de prisão.

Rafaela Marinho de Sousa, a vítima, foi encontrada pendurada em uma pilastra dentro da casa onde morava com o pai e a madrasta. Segundo a delegada-chefe da 8ª DP, Iraci asfixiou a criança com um cinto após tentar dopá-la com álcool no nariz, usando um pano. "A autora confessou o crime à polícia e disse que o fez após ter ingerido bebida alcoólica e ter feito uso de substância entorpecente. Ela a enforcou com o cinto e, após, a suspendeu por uma corda", relatou a autoridade policial. Iraci, que nega premeditação, afirmou em depoimento: "Não estava planejando, nem pensando. [...] É, agora vou pagar pelo que fez", demonstrando frieza ao descrever os passos, mas alegando arrependimento.

Histórico criminal: Foragida desde homicídio em Castelo dos Sonhos

O caso ganhou contornos ainda mais graves quando policiais descobriram, durante o depoimento, um mandado de prisão preventiva expedido em março de 2024 pela Justiça do Pará, registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Iraci era procurada por executar o ex-marido, Marcos Gomes, com um tiro na cabeça e incendiar parte do corpo, em 17 de dezembro de 2023, no assentamento Brasília, distrito de Castelo dos Sonhos (Altamira-PA).

De acordo com o relatório da Delegacia de Castelo dos Sonhos, obtido pelo Correio do Progresso, o crime ocorreu por volta das 2h, em uma fazenda onde o casal vivia. Testemunhas relataram que Iraci confessou o assassinato em ligações telefônicas pela manhã, admitindo ter "ceifado a vida de Marcos". No local, peritos encontraram uma espingarda calibre 28 com digitais da suspeita. A motivação, segundo investigações preliminares, pode envolver ciúmes relacionados à relação do marido com a filha dele de outro relacionamento. Após o ato, Iraci fugiu de ônibus para Brasília, deixando para trás quatro filhos do casal, com quem conviveu por mais de 23 anos. Ela nunca se apresentou à polícia paraense nem apresentou defesa, tornando-se foragida.

A denúncia do Ministério Público do Pará (MPPA) concluiu que o incêndio visava destruir provas e dificultar identificação, levando à prisão preventiva. Iraci, natural do Maranhão, nega envolvimento no crime paraense, mas agora acumula acusações em dois estados.

Sinais de alerta ignorados: A vítima implorava para não voltar

Rafaela morava com o pai e a madrasta durante a semana escolar na Estrutural, voltando nos fins de semana para a casa da mãe, Fabiana Marinho, 36, e irmãos em Valparaíso de Goiás (GO). Na véspera do crime (quinta-feira, 20), a menina ligou para a mãe, pedindo para não retornar à residência paterna. "Ela queria ficar mais comigo. Hoje [sexta], eu já vinha buscar ela. No fim de semana, ela já estava ficando comigo", contou Fabiana à TV Globo, em meio a lágrimas. "Eu falei: 'Amanhã a mamãe vai te buscar'. E fui buscar minha filha morta."

A irmã da vítima, que prefere anonimato, relatou episódios anteriores de tensão. "Ela chorava dizendo que não queria ir [para a casa do pai]. Uma vez, ela chegou em casa e falou: 'Mãe, minha madrasta tentou matar meu pai, botou veneno para ele comer'", desabafou. Fabiana acusa o ex-companheiro de negligência: "O pai dela foi negligente de deixar minha filha com essa mulher. Disseram que essa mulher estava drogada há três dias. Eu quero justiça, quero que ele pague também. Se ele tivesse protegido ela, não tinha acontecido isso." O pai de Rafaela, não identificado, saiu para trabalhar por volta das 7h de sexta e foi notificado do crime horas depois. Vizinhos descreveram a relação aparente entre Iraci e a criança como "rotineira", sem sinais evidentes de violência, o que chocou a comunidade.

O homicídio ocorreu após uma noite de consumo de drogas e álcool entre Iraci e o namorado, marcada por ciúmes. A menina teria dito, em discussão, que "preferia morar com uma vizinha", desencadeando o ato.

Consequências legais e comoção social

Iraci foi transferida para o Complexo da Polícia Civil do DF e passou por audiência de custódia no sábado (22). O caso é enquadrado como homicídio qualificado por feminicídio, com agravantes como meio cruel, motivo fútil, impossibilidade de defesa da vítima (menor de 14 anos), relação de madrasta e asfixia. A Lei Henry Borel, que endurece penas por violência contra crianças em contexto doméstico, será aplicada, elevando a pena mínima de 12 para até 40 anos.

A remoção do corpo de Rafaela pelo Instituto Médico-Legal (IML) gerou comoção na rua: moradores se reuniram em silêncio, oferecendo apoio à família, enquanto gritos de "justiça" ecoavam. A PCDF segue investigando o pai e testemunhas para apurar negligência ou omissões. O Ministério Público do DF (MPDFT) deve requisitar perícia toxicológica em Iraci e análise de histórico de violência doméstica.

O duplo homicídio expõe falhas em sistemas de proteção à infância e rastreamento de foragidos interestaduais, demandando maior integração entre polícias. Até o fechamento desta reportagem, a defesa de Iraci não se manifestou.

Com informações de Portal Folha do Progresso

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