Vitória Gabriela Santos Sousa tem apenas seis meses, mas já é vítima de um grave problema de gestão no sistema de saúde pública. A pequena nasceu em dezembro de 2015, mas até agora não recebeu o documento mais importante para alguém da sua idade, a caderneta de saúde. E ela não é a única: dados da Secretaria de Saúde de Altamira apontam que pelo menos 1.200 crianças estão na mesma situação. Geane Alves, mãe da Vitória desabafa. “Eu fico preocupada, já pensou se esse papel se extravia, ou se daqui a algum tempo eles dizem que não tem validade, o que acontece?”.
Para evitar que os registros deixassem de ser feitos, a Secretaria de Saúde do município improvisou, as mães recebem uma tabela feita em uma folha de papel, impresso no próprio hospital. O documento é precário, e em alguns casos já está todo amaçado e borrado, um risco para quem realiza o controle das doses. No posto de vacinação do hospital municipal São Rafael, em Altamira, Sudoeste do Pará, a fila é sempre grande, mas as mães nunca estiveram tão estressadas. Sem as cadernetas, elas dizem correr um grande risco, muitas temem perder o papel, outras afirmam não confiar que os registros serão realmente válidos.













