Com sete mortes registradas em 2015, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgados na sexta-feira (15), o município de Anapu, no sudoeste do Pará, volta a chamar atenção pela violência decorrente da disputa por terras.
O ano passado foi o mais violento dos últimos 12 anos no meio rural brasileiro, com 50 mortes motivadas por conflitos agrários, segundo os Cadernos de Conflitos no Campo publicados nesta sexta-feira pela CPT, confirmando dados parciais adiantados em janeiro. A maior parte dos homicídios ocorreu em Rondônia (20) e no Pará (19). Além das mortes, a pastoral registrou 59 tentativas de assassinato no ano passado.
Os dados mostram ainda que nos quatro primeiros meses de 2016, já foram registrados 13 homicídios e atualmente há no país 144 pessoas ameaçadas de morte devido a conflitos no campo.
Entre os mortos no ano passado está Wilson Gonçalves Barbosa, funcionário contratado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para trabalhar na guarita de acesso ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, no qual a missionária norte-americana Dorothy Stang trabalhava e onde foi assassinada em fevereiro de 2005.
Outras cinco mortes estão ligadas ao lote 83 da gleba Bacajá/Mata Preta, uma área pública que aguarda regularização para reforma agrária e cuja propriedade é reivindicada por Regivaldo Pereira Galvão, condenado pelo Tribunal de Justiça do Pará a 30 anos de prisão, após ter sido considerado o principal mandante da morte de Dorothy.
Impunidade
Após permanecer 1 ano e 4 meses preso, o “Taradão”, como Galvão ficou conhecido na região, aguarda em liberdade por julgamento de recurso, beneficiado por um habeas corpus concedido em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).















