Os trabalhadores da rede estadual de
ensino decidiram manter a greve, iniciada na última quinta-feira, 14. A
categoria aguarda desde o começo da paralisação uma resposta do Governo do
Estado em relação ao piso salarial que, de acordo com os professores, não é
reajustado desde 2015.
De acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), hoje, um professor recebe
R$ 1.917,00 para 200 horas/mês, valor estabelecido em 2015 e que até hoje não
teria alterado e deveria estar, segundo o sindicato, em R$ 2.298,00 para 200
horas/mês.
Para a Secretaria de Estado de
Educação, a greve defendida pelo Sintepp não se sustenta, o que evidenciaria
“motivação política do movimento”. Segundo a Seduc, “o Estado já demonstrou
publicamente, e também no âmbito da Justiça, que o Pará paga, sim, o piso”. A
secretária de Educação, Ana Claudia Hage, compara os valores efetivamente pagos
aos professores com o valor fixado para o piso nacional. O valor do piso é R$
2.298,80, enquanto o menor valor pago a um professor do Estado é R$
3.662,00.
“O professor que ganha menos, nas
escolas estaduais, ainda assim ganha quase 60% a mais do que o valor do piso.
Está claro, portanto, que o Pará paga o piso. Aliás, paga muito mais do que o
piso. Como se constata se observada a média de remuneração. Em média, o
professor paraense ganha o dobro do piso nacional”, afirma Ana Hage,
acrescentando que “não há motivo real para essa greve”.
Em texto divulgado ontem em sua página
oficial, o sindicato argumenta: “O governo insiste na tese de que paga o piso,
pois soma vencimento-base e gratificações, argumento já derrotado por ação do
Sindicato em duas instâncias jurídicas”. Na reunião de ontem, os professores
decidiram um calentário de ações diárias até a próxima quarta-feira, 27, quando
será realizado um ato público e assembleia geral, a partir das 9h, em frente à
Assembleia Legislativa do Estado (Alepa).