O
Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp) da Petrobras decidiu
reajustar em 6,9%, em média, os preços no mercado do gás
liquefeito de petróleo (GLP) para uso residencial vendido em
botijões de até 13 kg (GLP P-13). A alta entrou em vigor a zero
hora de hoje (26) e se restringe a este produto.
Segundo
a companhia, o ajuste anunciado foi aplicado sobre os preços
praticados sem incidência de tributos. Pela estimativa da Petrobras,
se a elevação for repassada integralmente aos preços ao
consumidor, o preço do botijão de GLP P-13 pode ter alta, em média,
de 2,6% ou cerca de R$ 1,55 por botijão. A empresa destacou que o
cálculo se confirmará se forem mantidas as margens de distribuição
e de revenda e as alíquotas de tributos.
De
acordo com a Petrobras, para definir a correção, o Gemp considerou
que o mercado de GLP ao longo do mês de agosto permaneceu
pressionado por baixos estoques e que a proximidade do inverno no
hemisfério Norte aumenta a demanda pelo produto, por isso, o ajuste
era necessário. Conforme a estatal, o reajuste segue a variação de
preços do mercado internacional registrada em agosto conforme
política já anunciada pela companhia.
“Não
importa mesmo se vai aumentar 1,55 ou 2 reais. Qualquer aumento
impacta no dinheiro da gente que é pouco e só aumenta, a duras
penas, uma vez ao ano. No entanto, aumentam água, luz, telefone,
transporte em valores bem acima do que é reajustado nos salários e
a gente não sabe a quem recorrer. É lógico que vai dificultar mais
a vida do pobre”, diz a doméstica Cristiane Penha, 44 anos,
residente no bairro da Marambaia. Segundo ela, toda vez que há
notícia de aumento, seja de que produto for, isso causa grande
preocupação na população de baixa renda. “O gás, todo mundo
consome. Já houve meses em que se comprou um botijão por mais de 60
reais. Baixou um pouco, mas continua caro”, disse ela.
Para
o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado do Pará
(Sergap), Francinaldo Oliveira, esses constantes aumentos no preço
do botijão de gás determinados pela Petrobras são péssimos para a
saúde das empresas paraenses. Somente em Belém e zona
metropolitana, há cerca de 700 postos de vendas, 2.500 em todo o
Pará. “A gente já teve, com este de hoje, seis aumentos neste
ano. Trabalhamos com incertezas, haja vista que não há estabilidade
de preços”, afirmou o sindicalista.
Francinaldo
explica que vários pontos de revenda têm fechado as portas atolados
de dívidas, porque não conseguem aguentar os preços e fazer frente
à grande concorrência. Só para se ter uma ideia, dentro do que foi
anunciado pela Petrobras, ontem, o preço do botijão de gás, para
ser competitivo e proporcionar margem de lucro aos estabelecimentos,
deverá ser comercializado, no mínimo, ao preço de R$ 65,00, valor
impraticável. Mas ele afirma que, embora influencie na inflação, o
preço do gás não impacta diretamente nos números apresentados.
Fonte:
O Liberal
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