Brasil Novo Notícias: DENÚNCIAS REVELAM OPRESSÃO SOFRIDA POR TRABALHADORES DO MEIO AGRÁRIO EM ANAPU, NO PARÁ

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

DENÚNCIAS REVELAM OPRESSÃO SOFRIDA POR TRABALHADORES DO MEIO AGRÁRIO EM ANAPU, NO PARÁ

Erasmo Teófilo, presidente da Cooperativa de Agricultores de Volta Grande do Xingu, e defensor de 54 famílias que trabalham em área agrária na região de Babacajá, declarou que sofre ameaças regularmente
Lideranças de movimentos sociais, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem do Advogados do Brasil (OAB) do Pará, Associação de Docentes da Universidade Federa do Pará (UFPA) e a Sociedade Paraense de Direitos Humanos se reuniram, no prédio do sindicato dos trabalhadores da construção civil, em Belém, para deliberar sobre a violência que ocorre no município de Anapu, localizado no sudoeste do estado do Pará. Houve o assassinato de duas pessoas em decorrer do confronto agrário, somente nesse mês de dezembro.
Tendo como acontecimento marcante o conflito que gerou o falecimento da missionária norte-americana Dorothy Stang, caso que ocorreu em fevereiro de 2005, a região é conhecida pela contínua batalha entre fazendeiros e trabalhadores rurais.
O presidente da Cooperativa de Agricultores, Erasmo Teófilo, em seu relato, afirma que após dar início a cooperativa, no ano de 2015, com o interesse de defender as famílias que precisam de terro para garantir sua sobrevivência, sofreu de constantes ameaças.
Em entrevista, Erasmo declarou: “Eu comecei a ser ameaçado, eu comecei a ser debochado. Comecei a viver em um clima de tensão constante. As coisas que aconteceram neste mês têm virado um caos. Anapu, em si, virou o caos”.
Marco Apolo Leão, presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, também se pronunciou sobre o tema. De acordo com Marco Apolo, de 2005 à 2019, ocorreram 17 crimes que tem ligação com o conflito agrário que ocorre na região, entretanto menos de um terço dos casos teriam sido solucionados.
Marco Apolo disse, em entrevista: “Nós queremos o esclarecimento das mortes do Márcio e do Anacleto. O Márcio era uma liderança rural, estava ameaçado e é uma das testemunhas de um caso importante, no caso do padre Amaro. Inocentou o padre Amaro. O Anacleto é uma pessoa que sabia do caso do Márcio, da morte do Márcio. Então são situações que não são coincidências. A gente acredita que pode ter uma relação entre elas e por isso a polícia deve investir em uma ‘força-tarefa’ para a região”. Ele ainda finalizou a entrevista com a seguinte declaração: “As ameaças que ocorrem em Anapu não são inofensivas. No Pará não são. As pessoas que têm os seus nomes na lista de marcados para morrer, morrem”.
A AOB do estado do Pará, defende que o Estado necessita proceder com um método mais efetivo, não apenas para reduzir a taxa de crimes, mas, também, na resolução dos fatos, encontrando assim os criminosos.
Juliana Fonteles, presidente da Comissão de Direitos humanos da OAP-PA, em entrevista, se pronunciou sobre tema: “Anapu é uma região extremamente marcada, assim como todo o estado do Pará, pela violência no campo. Nós tivemos o assassinato da irmã Dorathy Stang. No último mês (novembro) foram quatro mortes. Então, esse caso do Erasmo ele se soma a um quadro de muita violência no campo”.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP), divulgou que ocorreu uma baixa em crimes violentos no município de Anapu. Dados levantados indicam 39% de redução. No ano de 2018, 48 crimes foram fichados, já em 2019 são 29 casos.
Por: Lucas Lima - MBLNEWS

Nenhum comentário:

Postar um comentário