O
policial federal Fernando Luiz da Silva Raiol afirmou em depoimento ao
juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, nesta terça-feira (30), que um
delegado da Polícia Civil foi o responsável pelo fornecimento de armas
para posseiros de Anapú.
Com este depoimento, o policial inocenta
Vitalmiro Moura e Regivaldo Galvão pela morte da missionária
norte-americana Dorothy Mae Stang, em fevereiro de 2005. A Justiça deve
decidir o destino do depoimento até quarta-feira, (31).
Raiol alegou ainda que os dois foram
condenados injustamente e que teria existido um acordo de que os
produtores protegeriam seus lotes sem comprometer a vida da missionária.
Segundo o policial, o INCRA entregaria
ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDF), coordenado pela irmã, a
área de terra onde estaria assentado Raifran da Neves, que por sua vez,
sentia-se ameaçado por Dorothy.
Após a audiência, Raiol contou aos
jornalistas que se considerava "muito amigo" de Dorothy por ter sido
coordenador de sua segurança.
Ele informou ainda que em memória da
missionária, que sempre lutou por Justiça, estava finalmente
esclarecendo os fatos e que, inclusive, à época do crime, teria
procurado as autoridades para prestar essas informações, mas não teria
sido ouvido.
Atualmente, Fernando Raiol cumpre prisão
domiciliar e recorre de sentença condenatória da Justiça Federal por
crimes de extorsão, cárcere privado e concussão.
ENTENDA O CASO
Acusado de ser um dos mandantes da morte
da irmã Dorothy, Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como "Taradão",
chegou a ser preso, porém, foi solto em agosto deste ano por
determinação do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal
Federal (STF).
O alvará de soltura foi encaminhado pela
1ª Câmara Criminal Isolada do Tribunal de Justiça do Pará para a
superintendência do sistema penitenciário.
Além de Galvão, Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", também foi condenado sob a acusação de ser um dos mandantes do assassinato.
A missionária Dorothy Stang foi morta em
fevereiro de 2005, na região de Anapú, distante cerca de 700 km de
Belém. O motivo, segundo a Promotoria, foi a disputa por terras com
fazendeiros da região.
(WD com informações do TJPA)
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