Foto: Felype Adms |
Segundo
lideranças indígenas, o encontro de hoje foi necessário para que todos
os grupos fossem ouvidos pela empresa, já que na primeira rodada de
negociação, apenas os índios puderam expor sua pauta de reivindicação.
"A equipe da Norte chegou muito atrasada, e quis apressar a gente,
pedindo que aceitássemos o acordo mesmo sem que todos os itens da nossa
pauta fossem descuidos, e sem ouvir os demais grupos do Xingu", diz Juma
Xipaia, liderança indígena que há nove dias acampa no local. "Estamos
cansados de tanta conversa, se eles não cumprem o que acordam. Fazer
ocupação é muito desgastante. Mas precisamos fazer com que eles se
comprometam", afirma a indígena.
Entre
as principais reivindicações dos índios, segundo Xipaia, está o pedido
de reunião com o governo federal para discutir as demarcações de terras
indígenas, e a exigência de que a Norte Energia cumpra as condicionantes
ambientais, que dizem respeito a apresentar um estudo detalhado sobre
os impactos ecológicos e sociais que a construção da usina de Belo Monte
vai trazer para a região, e sobre um plano de reparo que a empresa terá
que desenvolver. "Eles vão fazer esse estudo às pressas, de maneira
superficial", critica a índia.
Imagem: Glici Lima. |
Ainda
segundo Xipaia, a empresa usa explosivos para abrir a terra, e os
destroços atingem as casas das populações que ainda habitam os arredores
do canteiro de obras. Além disso, a empresa também não estaria fazendo o
remanejamento dos animais que sofrem com a seca após a barragem do rio
Xingu. "Eles estão morrendo com o calor insuportável, e com a seca. mas
tudo isso foi omitido no relatório deles", diz a líder indígena.
Na
reunião desta quarta (17), a Norte Energia ouve os pilotos de lanchas,
pescadores e ribeirinhos. No final do encontro, as lideranças indígenas
iram apresentar os itens da pauta de reivindicação que ficaram pendentes
na reunião de terça (16).
G1.
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