Agricultores familiares de Cachoeira da Serra, distrito de Altamira, na Região do Xingu, devem melhorar a produtividade da mandioca. Um projeto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) implantou na localidade um viveiro de produção de maniva, com expectativa de produzir mudas saudáveis da planta, e assim aumentar, em pelo menos 30%, a produtividade.
No viveiro serão produzidas 130 mil mudas da variedade anajás, resistente à podridão da raiz, doença que dizima a plantação e ainda pode prejudicar plantios futuros, porque o solo permanece contaminado por até cinco anos. A maioria das novas mudas será entregue à Associação dos Produtores de Cachoeira da Serra. A localidade é a maior produtora de mandioca da região.
A expectativa da Emater é atingir 60 toneladas da raiz por hectare plantado. “Hoje estamos produzindo cerca de 40 toneladas. Faremos todo o acompanhamento técnico para atingirmos essa produtividade”, informou Celso Rambo, técnico da Emater. Para alcançar esse número, a empresa orienta os agricultores a investirem em análise do solo, mecanização, adubação correta e espaçamento adequado. Os plantios não necessitam de novas áreas abertas, pois serão recuperadas áreas degradadas.
O trabalho da Emater tem a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que qualifica os agricultores na produção de farinha. Segundo dados da empresa, toda a produção de Cachoeira da Serra tem comércio garantido. “Também estaremos intermediando o acesso dos produtores a políticas públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Apoio à Merenda Escolar (PNAE)”, disse Celso Rambo
Agricultura familiar - Quatro representantes rurais de Belterra, no oeste do Estado, vão expor seus produtos artesanais em dois estandes, durante a Feira da Agricultura Familiar da Amazônia Legal, promovida pela Emater no período de 27 a 30 deste mês, em Santarém, no Espaço Pérola do Tapajós. Serão comercializados licores, doces, biscoitos, massas caseiras e artesanatos.
A produtora rural Ana Oléa Silva, com experiência em feiras e produção artesanal de produtos comestíveis, é atendida pela Emater há seis anos. Ela dividirá o estande com a agricultora Francisca Santos, que vê a Agrifal 2014 como um grande desafio. Em outro estande, além de licores e doces, Belterra também apresentará artesanato. “Esta feira vai ser um espaço perfeito para expor produtos, conhecer e ser conhecido. É uma grande vitrine de negócios. Para a comercialização durante os quatro dias e para negócios futuros”, destacou o sociólogo Arilson Silva, que organiza os expositores de Belterra.
Ana Oléa Silva, que também é instrutora de treinamentos no Senar, vai apresentar o empreendimento “Doces da Terra”. Com licores, doces e biscoitos, a produtora, trabalha com frutas encontradas na região, como cupuaçu, manga e muruci, mas também inova com ingredientes como canela e jambu.
“O nosso trabalho com o ‘Doces da Terra’ está para a emissão do Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar, o Sipaf, que vai agregar valor à produção, garantindo a qualidade e a procedência dos produtos alimentícios”, acrescentou Arilson Silva.
Francisca Santos, da Comunidade Santa Cruz, foi aluna de Ana Oléa, e levará para a feira pão caseiro e beijo de moça fabricado com goma de tapioca. A produtora também recebeu orientação técnica da Emater no processo de beneficiamento da produção, que incluiu embalagem, rotulagem e atendimento ao público.
AP
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