Os
índios Xikrins e Kaiapós protestam nesta segunda-feira (7), em Ourilândia do
Norte, sudeste do Pará, contra a empresa Vale. Os indígenas afirmam que a
empresa desobedece decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que
determinou a paralisação das atividades da mineração na região. As atividades
de exploração da área, de acordo com o STJ, têm acarretado prejuízos à saúde da
população e ao meio ambiente. Em nota enviada ao G1, a Vale informa que cumpre a decisão judicial,
que determina a paralisação da atividade de mineração em Onça Puma.
Além
da paralisação da mina, o processo judicial sobre a Onça Puma também trata da
compensação socioambiental aos índios. Em violação à legislação ambiental, a
empresa teria instalado a exploração minerária sem implantar os planos e
projetos para mitigar e compensar os impactos que causa às comunidades. Por
decisão judicial, foi obrigada a pagar, a partir de agosto deste ano, o valor
mensal de R$ 1 milhão para cada aldeia afetada.
O
STJ aceitou um pedido da mineradora para que o dinheiro fosse, por enquanto,
depositado em juízo e não repassado aos índios. Mesmo assim, a empresa
não estaria depositando os valores em dia e não cumpriu ainda o repasse da
parcela de novembro.
Em
nota, a Vale informou que comprovou o depósito de R$ 7,4 milhões em conta
judicial perante o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A empresa
alega inda que a decisão judicial determinou expressamente a suspensão da
atividade de mineração, que consiste na extração de minério da natureza. O
processamento do minério (que foi extraído da mina antes da decisão judicial)
ocorre na usina metalúrgica, que embora tenha sido construída em local próximo
da mina, por questão de logística operacional, trata-se de atividade
dissociada e autônoma em relação à de extração mineral, tanto que cada uma é
exercida com licença ambiental independente, segundo a Vale.
Ainda
de acordo com a mineradora, grande parte das condicionantes acordadas já foi ou
está sendo cumprida. “As ações em questão estão previstas em Planos Básicos
Ambientais específicos ( Povos Xikrin e Kayapó), sendo que o mais
avançado é o dos indígenas Kayapó, em fase de execução. Os planos não
preveem transferência de dinheiro e a execução depende de participação dos
indígenas e/ou acesso às suas terras, o que não está sendo permitido à Vale
pelos Xikrin”, informou.
Má-formação
de fetos
De acordo com o MPF, a contaminação, possivelmente causada pelo empreendimento de extração de níquel, já provocou casos de má-formação fetal em aldeias dos índios Xikrin. Ainda segundo o órgão, a situação é ainda mais grave porque a Vale não teria instalado os projetos de compensação socioambiental que são obrigatórios pela legislação brasileira e expressamente determinados na licença ambiental da mineradora.
“Na
seara da atividade de extração mineral a questão da preservação do meio
ambiente, intimamente ligada à preservação da saúde, tem sempre enorme relevo.
Assim, imperativo aplicar-se os princípios da prevenção e da precaução à
questão em exame”, diz o ministro Francisco Falcão, presidente do STJ e
responsável pela suspensão da mina.
Sobre
a qualidade da água do rio Cateté, cabe esclarecer que a análise de amostras
realizadas pelo instituto de perícia paraense não demonstra a contaminação por
níquel e que a presença de elementos dissolvidos decorre da condição geológica
da área. Assim, eventuais prejuízos à qualidade da água não têm qualquer
relação com a atividade da Vale na região.
Processo
já dura há anos
O MPF informou que o processo contra a Vale do Rio Doce no caso da Onça Puma tramita desde 2012. Porém, foi só em agosto deste ano que uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, ordenou a paralisação do empreendimento, diante de laudos que comprovam a contaminação do rio Cateté por metais pesados bioacumulativos.
O MPF informou que o processo contra a Vale do Rio Doce no caso da Onça Puma tramita desde 2012. Porém, foi só em agosto deste ano que uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, ordenou a paralisação do empreendimento, diante de laudos que comprovam a contaminação do rio Cateté por metais pesados bioacumulativos.
A
Vale não chegou a paralisar as atividades porque teria obtido, logo em seguida,
um mandado de segurança no mesmo Tribunal que suspendeu os efeitos da decisão
anterior. O MPF recorreu ao STJ e conseguiu a nova ordem de paralisação, que
até agora não foi cumprida pela empresa. Essa semana, o STJ enviou ofício à
Justiça Federal em Redenção, no sudeste paraense,onde começou o processo
judicial, para que obrigue a paralisação.
“A
Vale tem instalado diversos empreendimentos nos arredores das terras das
Aldeias Xikrin. Há projetos futuros para serem instalados, como o S11D.
Inclusive, foram protocolados pela Vale, no DNPM (Departamento Nacional de
Produção Mineral), pedidos de exploração dentro das Terras Indígenas,
provavelmente na expectativa da aprovação do Marco Regulatório da Mineração,
que admitirá a exploração minerária no interior de terras indígenas. Ou seja,
os Xikrin se encontram em território sitiado por diversos empreendimentos da
Vale”, explica a procuradora da República Luisa Astarita Sangoi, uma das
responsáveis pelo caso.
G1
Pará
Ainda não pararam para pensar o por que que os indígenas não deixam os técnicos da empresa terem acesso a sua área? Ora, simplesmente porque ela iria levantar laudos mentirosos em suas análises, como fêz há dois anos atrás, laudando que o rio está contaminado antes da empresa (a montante), o que é uma mentira, pois laudos imparciais de pesquisadores da UNIFESSPA comprovaram o contrário, o rio está limpo, antes da empresa e contaminado depois. Logo, quem contaminou o rio? E é por isso que a VALE não tem crédito com a verdade com os índios. E eles estão certos, já que a empresa mente para se safar da justiça e se dar bem extraíndo. Alguém das autoridades tem que sair em defesa dos índios, antes que a empresa provoquem mais desgraças para as aldeias.
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