A
equipe do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”
liberou os corpos das nove vítimas já identificadas
do naufrágio da embarcação “Capitão Ribeiro”, ocorrido na
noite de terça-feira (21), no rio Xingu, entre as cidades de Porto
de Moz e Senador José Porfírio, no sudoeste paraense. Por volta das
21h30, os corpos foram liberados aos familiares.
O
Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estadual coordenam as ações de
busca, salvamento e atendimento social da sede da Câmara Municipal
de Porto de Moz, onde foi instalado um gabinete de crise com a
presença das forças de segurança estaduais, poder executivo
municipal e demais órgãos envolvidos na operação de resgate às
vítimas do naufrágio da embarcação, que saiu de Santarém e tinha
como destino final Vitória do Xingu.
A
identificação dos mortos está sendo feita no ginásio municipal
Chico Cruz. Uma equipe de oito profissionais – entre peritos,
médico e auxiliares – do Centro de Perícias Científicas “Renato
Chaves” de Belém e de Altamira atua no trabalho. Com o apoio da
Prefeitura de Porto de Moz foi montado um atendimento padrão para
“desastres em massa”.
Os
mortos identificados são de Luciana Pires, de 28 anos; Neiva Romano,
18, Maria Duarte, 57, Aurilene Sampaio, 36, Lucivalda Marques
Oliveira, 41, Roseane dos Santos Leite, 25, W.L.O , 56, de
Santarém, Orismar Miranda, 61, e S.H.S.S (1 ano) provenientes
da cidade de Altamira.
O
CPC liberou os corpos com a expedição da declaração de óbito
para os familiares. O corpo de um homem, conhecido como Sebastião, a
décima vítima, ainda aguarda, oficialmente, pelo reconhecimento da
família.
“Fizemos
entrevistas com os familiares a fim de identificar características
das vítimas para ajudar no reconhecimento. Contudo, a liberação
está sendo agilizada”, disse o perito Felipe Sá, coordenador das
unidades regionais do Centro de Perícias.
Operação
e sala de gerenciamento
A
Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social deslocou,
ainda pela manhã, três aeronaves do Grupamento Aéreo para a cidade
de Porto de Moz, sendo dois aviões e um helicóptero (EC 145). As
equipes enviadas são compostas por mergulhadores do Corpo de
Bombeiros, integrantes dos Grupamentos Aéreo de Segurança Pública
(Graesp) e Fluvial (GFlu), além de peritos e representantes da
Defesa Civil estadual e municipal.
Buscas
As
equipes do CBM mantiveram as buscas às vítimas até o final da
tarde desta quarta-feira e as retomarão hoje bem cedo. Uma balsa e
embarcações da Prefeitura de Porto Moz, além de lanchas do Corpo
de Bombeiros, estão sendo utilizadas na operação. O helicóptero
do Graesp está apoiando as ações na área de buscas.
De
acordo com o Corpo de Bombeiros/Defesa Civil, a embarcação, com
capacidade para 90 a 100 passageiros, foi ancorada às proximidades
da margem com o apoio de uma balsa da prefeitura, o que deve
facilitar as ações da manhã
Técnicas
da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e
Renda (Seaster) já acompanham os familiares e realizam o atendimento
psicossocial dos familiares.
“Cada
órgão, seja estadual ou municipal, teve atuação no atendimento ao
desastre. Contudo, o Estado deu o apoio à prefeitura e aos moradores
de Porto de Moz, e utiliza a experiência de ter atuado em situações
similares”, explicou a titular da Seaster, Ana Cunha.
Investigação
e tromba d’água
A
Polícia Civil já ouviu integrantes da tripulação e sobreviventes.
O dono da embarcação será ouvido na manhã desta quarta-feira, mas
já informou que 48 pessoas, entre tripulação e passageiros,
estavam a bordo.
De
acordo com o delegado de Porto de Moz, Elcio de Deus, muitos
sobreviventes afirmaram que a embarcação foi atingida por uma
tromba d’água – fenômeno similar a um tornado.
“A
tripulação disse ter visto, no horizonte, algo com o formato de um
funil, acompanhado de muita chuva e vento forte, e que teria pego o
barco pela popa e o afundado. De acordo com os relatos a embarcação
girou e afundou em seguida”, informou o delegado.
A
Polícia Civil deve solicitar informações à Agência de Regulação
e Controle dos Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon) e à
Capitania dos Portos sobre a autorização concedida ao dono da
embarcação “Capitão Ribeiro”.
Por:
Sérgio Chêne
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