Famílias
atingidas por Belo Monte ocuparam a sede do governo federal (Casa de Governo)
em Altamira (PA) na manhã desta quarta-feira (16). Os manifestantes, moradores
de área alagadiça do bairro Jardim Independente 1 (“Lagoa”), querem que os
órgãos de governo responsáveis apresentem o resultado preliminar do estudo para
identificar se os alagamentos permanentes do local têm relação com o
reservatório de Belo Monte.
A
comunidade quer ser reconhecida como atingida pela hidrelétrica. Vivem no local
cerca de 500 famílias em casas de palafita, sem acesso a saneamento básico e
políticas públicas. Os moradores denunciam que após o fechamento do
reservatório, no início do ano passado, a lagoa nunca mais secou e a água começou a minar em casas no
entorno da área alagadiça. Eles também sustentam que foram obrigados a ocupar o
local devido ao aumento no custo de vida com a hidrelétrica, que fez os
aluguéis até quadruplicarem em menos de um ano no auge da construção da obra.
A
Norte Energia nega que haja impacto do reservatório no local, que sustenta
tratar-se de um “aquífero suspenso”. Após um intenso processo de protestos,
ocupações, reuniões com órgãos de governo como Ibama, Agência Nacional de Águas
(ANA) e Casa Civil, os órgãos responsáveis ficaram de apresentar um estudo
“definitivo” sobre os possíveis impactos de Belo Monte na Lagoa do Independente
1. A versão final do estudo deverá ser apresentada em outubro, mas uma versão
“preliminar” deveria ser publicada em agosto.
“Só
sairemos daqui da Casa de Governo quando tivermos a data para a publicação
deste estudo preliminar, pois as famílias não aguentam mais viver sem
resposta”, afirma Fábio, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB) na comunidade.
Por: ASCOM
MAB / Altamira
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