Foto: Magda Vrosk/Agência Pará |
Na
porta do ginásio de Porto de Moz (PA), uma multidão se aglomera:
querem saber se o último corpo que chegou é o familiar que tanto
procuram. No local, foi montado um centro de perícia, onde os corpos
são identificados. O cheiro forte se espalha para fora dos muros, e
para entrar lá é preciso usar duas máscaras.
"Nunca
vimos algo parecido com essa tragédia. Estamos nos virando aqui",
diz Richele Campos, 35, secretária municipal de Saúde, se referindo
ao naufrágio que matou 21 pessoas na última terça (22).
Além
do ginásio que virou centro de perícia, um centro de acolhimento de
jovens é usado para prestar auxílio e apoio psicológico às
famílias, e a Câmara Municipal virou o quartel-general das
operações, onde Estado e município articulam os próximos passos.
Nas
ruas, a maior parte dos comércios está fechada. A tragédia levou o
foco para a pacata cidade, onde só dá para chegar de barco, apenas
uma operadora de celular funciona, praticamente não há sinal de 3G
e nenhum motociclista usa capacete. A rádio local até então só
tocava música e hoje parece uma rádio de notícias.
A
população se espanta com o fluxo de militares e outros funcionários
públicos vindos da capital, além de jornalistas. Não acostumados a
tanta gente de fora, os porto-mozenses se prontificam a ajudar os
forasteiros, servindo comida e dando caronas.
Vítimas
recebem atendimento em meio ao sofrimento em perder entes queridos no
ginásio de Porto de Moz.
A
tragédia
O
barco que afundou em Porto de Moz com pelo menos 48 pessoas a bordo
na noite da terça-feira (22) foi trazido à superfície durante uma
operação especial realizada nesta quinta-feira (24). As informações
são da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social
(Segup-PA).
Até
o momento foram encontrados 21 corpos durante as operações de
resgate. 23 pessoas sobreviveram e 6 ainda continuam desaparecidas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os corpos foram achados
flutuando, a uma distância de cerca de quatro quilômetros do local
onde está embarcação.
(Com
informações da Folha de S. Paulo)
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