Parentes de 9 pessoas que se encontram
desaparecidas no rio Amazonas, paralisam as atividades da empresa Transportes
Bertolini Ltda (TBL), desde as 6h30, de hoje, 31, em Santarém, oeste do Pará. O
acidente aconteceu no dia 02 de agosto, no rio Amazonas, próximo ao município
de Óbidos, envolvendo um comboio de 9 barcaças da empresa Bertolini e o navio
mercante Mercosul Santos.
Portando faixas, cartazes e um carro som,
os familiares das vítimas do acidente afirmaram que continuarão o protesto até
o fim do dia de hoje. Eles querem que a empresa Bertolini apresente com
urgência um plano para a retirada do rebocador, que se encontra a uma
profundidade de 63 metros, no rio Amazonas, próximo a cidade de Óbidos.
Familiares acreditam que os corpos estão
dentro do rebocador. “Estamos protestando contra os prazos que a Bertolini vem
informando para as famílias. Essa empresa vem dilatando demais esses prazos,
dizendo que vai retirar o rebocador do fundo do rio somente em outubro ou
novembro. Nosso protesto é contra esses prazos!”, exclamou Lucimara Rêgo de
Sena, irmã de uma vítima do acidente.
Ela quer agilidade na elaboração do plano
para a retirada do rebocador. “Estamos percebendo o descaso da empresa, porque
já se passaram 29 dias e, até então a Bertolini vem só fazendo estudos e
analises, e achamos um absurdo essa empresa dá esse prazo todo. Isso aumenta o
sofrimento de 9 famílias, que estão esperando para ver se encontram os nossos
parentes, porque ainda estão desaparecidos no rio Amazonas”, reforça Lucimara.
Por conta do protesto, funcionários da
Bertolini foram impedidos de entrar no prédio da empresa para exercer suas
atividades. Eles acompanham a movimentação do lado de fora do prédio. Nenhum
diretor da Bertolini quis se pronunciar sobre a reivindicação dos parentes das
vítimas.
DIFICULDADES NO RESGATE: As equipes de
buscas ao rebocador que naufragou no dia 2 de agosto, próximo ao município de
Óbidos, localizaram no dia 7, com uso do equipamento ‘side scan’, a posição da
embarcação. De acordo com a Marinha, o local é de difícil acesso, o que
dificulta a chegada dos mergulhadores do Corpo de Bombeiros.
Segundo o comandante da Capitania dos
Portos de Santarém, capitão Ricardo Barbosa, uma empresa especializada nesse
tipo de salvamento deve ser contratada pela Bertolini, proprietária do
rebocador. “A empresa que for contratada deverá planejar a reflutuação do
empurrador. Essa empresa deverá preparar o plano de reflutuação que deverá ser
apresentado a Marinha para aprovação”, informou.
Na manhã de segunda-feira, 28, uma empresa
do estado do Amazonas se propôs a apresentar um plano durante uma reunião na
sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção Santarém. Porém, de acordo
com a Marinha, a empresa amazonense não está apta para realizar o serviço.
A Marinha explicou que a capacidade técnica
da empresa é limitada não podendo retirar o rebocador que está no fundo do rio,
em uma profundidade aproximada de 63 metros. Esta empresa pode realizar os serviços
de resgate em profundidade de até 30 metros.
Segundo a Marinha, para realizar o içamento
do rebocador seria necessária uma readequação, como compras de novos
equipamentos. Esta compra só seria possível se a Bertolini, dona do rebocador,
antecipasse o pagamento.
Fonte: Jornal O impacto
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