Um vereador foi prese durante a operação
Policiais civis cumprem mandados judiciais |
A
Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Pará
deflagraram, nesta segunda-feira, 7, a operação policial denominada
"Perfuga" para cumprir 38 mandados judiciais, entre ordens
de prisão preventiva e temporária, conduções coercitivas, além
de buscas e apreensões, em Santarém, oeste paraense. O objetivo foi
desarticular um esquema de corrupção que envolveria servidores
públicos que atuam no município, um vereador, advogados e pessoas
da comunidade. A ação policial foi coordenada pela Superintendência
Regional do Baixo e Médio Amazonas. Perfuga, nome da operação,
significa em latim "o desertor", no sentido de quem
abandona suas convicções, religião, compromisso ou causa de que
era defensor.A
operação, explica o delegado Gilberto Aguiar, titular da
Superintendência, explica que o nome foi escolhido porque os
investigados são, em maioria, funcionários públicos que firmaram
que compromisso de bem servir à sociedade, mas abandonaram essa
função, quando passaram a agir em interesse próprio. Entre os
presos preventivamente, está o vereador Reginaldo da Rocha Campos, e
a técnica em Enfermagem, Sarah Campinas dos Santos Oliveira,
acusados de fazer parte do esquema. Foram decretados pela Justiça de
Santarém, seis mandados de prisão preventiva, dois de prisão
temporária, 5 mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é
obrigada por ordem judicial a acompanhar autoridade policial para
prestar depoimento e depois é liberada) e 25 mandados de busca e
apreensão.Entre
os locais em que foram realizadas buscas e apreensões, detalha o
delegado, estão a sede da Câmara Municipal de Santarém e a sede da
Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) em Santarém, e ainda
uma sala do Hospital Regional, onde funciona o Setor de Regulação
da Sespa. "Estima-se que os prejuízos aos cofres públicos seja
de aproximadamente R$ 1 milhão", explica o policial civil.
Foram presos por mandado de prisão temporária Maria do Socorro
Sousa de Moura; Raquel da Costa Pinto; Andrew Oliveira da Silva e
Samuel da Conceição Fernandes, que são pessoas da comunidade
beneficiadas pelo esquema de corrupção, e os advogados Ezequiel
Aquino de Azevedo e Wilson Luís Gonçalves Lisboa.As
investigações mostraram que as pessoas da comunidade procuravam o
parlamentar na Câmara Municipal de Santarém para solicitar a
facilitação de agendamentos de consultas e exames na rede pública
de Saúde. Assim, essas pessoas eram encaminhadas para a técnica de
Enfermagem Sarah Campinas, que atua no Setor de Regulação da Sespa.
Ela ficava responsável em providenciar o agendamento por meio de
outros servidores públicos do mesmo Setor. Ela, segundo as
investigações, recebia as demandas encaminhadas pelo vereador e em
troca recebia uma remuneração mensal paga pela Câmara Municipal de
Vereadores de Santarém. "Os valores eram pagos de forma ilegal
sem qualquer prestação de contas do Serviço Público",
detalha.
No
decorrer das investigações, detalha o delegado, foram identificadas
outras pessoas por envolvimento no esquema, no qual apareciam como
"funcionários fantasmas". "Essas pessoas recebiam uma
remuneração da Câmara sem a devida prestação de contas",
explica. Entre as pessoas identificadas como "funcionários
fantasmas" estão advogados e pessoas ligadas a lideranças
comunitárias ou líderes religiosos. "O inquérito policial
apura crimes de peculato (quando o servidor público subtrai dinheiro
público para uso próprio), falsificação de documento público,
corrupção e associação criminosa", explica o policial civil.Segundo
o delegado Gilberto Aguiar, outros servidores públicos ligados à
Câmara Municipal também concorreram para a prática de crimes de
peculato e tentaram prejudicar as investigações, falsificando
documentos e prestando informações falsas durante o inquérito
policial. Além disso, ressalta o delegado, os acusados autorizaram e
efetivamente procederam a contratações e pagamentos dos
"funcionários fantasmas", mesmo com conhecimento de que
não seria feita a prestação de contas obrigatória do dinheiro
público pago. As investigações para apurar o esquema de corrupção
no município continuam.
Fonte:
PC/PA
Nenhum comentário:
Postar um comentário