Garimpeiros
bloqueiam a rodovia PA-279 pelo segundo dia, no sul do Pará. Os
manifestantes ocuparam a rodovia na terça-feira (24) em protesto
a ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) durante uma operação de combate ao
garimpo ilegal na região.
A interdição ocorre à beira do Rio Caeteté, a 23 quilômetros da
sede do município, entre Ourilândia e Água Azul do Norte. Segundo
os manifestantes a rodovia será liberada por uma hora, a cada 12
horas.
Agentes
do Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama realizaram
operação de combate a garimpos de ouro na Terra Indígena Kayapó,
no sul do Pará. Em três dias, com apoio de três aeronaves, foram
destruídas 12 balsas de mergulho, 1 balsa escariante, 12
escavadeiras hidráulicas, 4 motobombas e 1 caminhão carregado de
toras. Os agentes ambientais também apreenderam em acampamentos de
garimpeiros uma arma, uma mira de precisão para espingarda e
aproximadamente 700g de mercúrio.
Segundo
Bluno Jeferson Alves, secretário da Cooperativa dos Garimpeiros de
Ourilândia do Norte e Região, a intenção do movimento é de ter
um canal de diálogo entre as autoridades e a classe.
“os
garimpeiros buscam a legalidade da profissão em áreas da região,
fora de Terras Indígenas, além dos reparos dos danos matérias
resultado da operação do Ibama” afirmou.
Os
manifestantes também denunciam os excessos cometidos pelos agentes
do Ibama na região. Segundo os manifestantes, durante uma operação,
agentes teriam ateado fogo em maquinários em áreas de garimpo,
causando um prejuízo de aproximadamente R$ 9 milhões.
De
acordo com o Ibama, a inutilização de equipamentos ocorre em
caráter excepcional, quando há constatação de ilícitos
especialmente em áreas protegidas como Terras Indígenas e Unidades
de Conservação, em razão da impossibilidade logística para sua
remoção e com o objetivo de impedir a continuidade do dano
ambiental. Durante a operação, agentes do órgão constataram que
um dos maquinários estava abrindo frente a uma área isolada, por
isso optaram para a destruição do veículo.
“A
ganância pelo ouro coloca em risco a terra indígena, reduto de
biodiversidade e da cultura do povo Kayapó. O garimpo destrói o
curso d'água, contamina rios com mercúrio, desmata a floresta,
degrada o solo e provoca a caça de animais silvestres”, diz o
biólogo Roberto Cabral, que coordenou a operação do GEF.
Fonte:
G1 Pará
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