No
final da tarde desta segunda-feira, 30, um fato novo aconteceu na
conturbada Tucuruí. A mãe do prefeito Artur Brito, conhecida como
Josenilde Silva Brito, a Josy, foi presa por determinação do juiz
José Leonardo Frota de Vasconcelos Dias, titular da Vara Criminal
daquela Comarca.
Com
53 anos de idade, a empresária Josy é acusada de envolvimento no
assassinato do prefeito Jones William Galvão, ocorrido em julho
deste ano, em via pública de Tucuruí. A prisão é temporária, ou
seja, ficará no cárcere pelo prazo de 30 dias, mas caso seja
decretada prisão preventiva, poderá ficar mais tempo.
Curiosamente,
depois de depor na manhã de hoje na delegacia de Tucuruí, Artur
Brito teria saído da cidade. Segundo uma fonte do Portal Correio de
Carajás, ele viajou para Belém e de lá seguiria na mesma noite
para Brasília, onde teria compromisso representando o município.
Quem
deveria assumir o cargo de prefeito é o presidente da Câmara,
Benedito Joaquim Campos Couto, que segundo um assessor dele, Dhyko
Reis, saiu da cidade no sábado para passar o feriadão em uma ilha
no município de Baião e estaria incomunicável.
Com
isso, o cargo de prefeito caiu no colo do vice-presidente da Câmara,
Roniel Nonato Pinto dos Santos, o Rony Santos (PSC), que é aliado do
prefeito Artur Brito. E o primeiro ato dele no cargo foi assinar o
Decreto de número 065/2017, decretando ponto facultativo no
município nesta segunda, dia 30, para emendar o feriado municipal
que transcorre amanhã, dia 31, em comemoração ao Dia Municipal da
Consciência Evangélica.
Para
um analista político de Tucuruí, essa seria uma forma de diminuir a
pressão popular contra o prefeito e seus correligionários, uma vez
que não haverá expediente nas repartições públicas. Esta semana,
apenas quarta-feira as secretarias municipais devem ser abertas, uma
vez que quinta-feira será feriado e sexta “enforcada”.
A
reportagem tentou entrar em contato telefônico com Rony Santos, mas
ele não atendeu as ligações.
Na
noite desta segunda-feira, por volta de 19 horas, o delegado geral de
Polícia Civil, Rilmar Firmino, concedeu entrevista coletiva
confirmando a prisão de Josy, observando que Marlon Possebon a
acusou como mandante do assassinato do prefeito Jones William.
Todavia,
preferiu não entrar no mérito de que o prefeito Artur Brito ou
qualquer outro membro de sua família estejam envolvidos no bárbaro
crime. “Por enquanto, vamos tomar o depoimento dela e avaliar os
materiais apreendidos”, finalizou.
Marlon
Possebon era genro de um pecuarista conhecido em Tucuruí como Zé
Davi, assassinado no dia 7 de setembro último, suspeito de ter
contratado os pistoleiros que mataram o prefeito Jones William.
Marlon
atuava na cidade como comerciante, mas também seria agiota e amigo
do prefeito Artur. Marlon foi preso em Belém nesta segunda-feira e
acabou acusando a mãe do amigo-prefeito como mandante.
Em
uma mensagem no Facebook no dia 26 de julho, data do assassinato de
Jones William, Josy fez a seguinte postagem, ilustrada por uma foto
em que ela aparece ao lado de Jones e da esposa dele, Graciele
Galvão: “Meu Deus quanta dor, caminhamos juntos, choramos juntos,
sorrimos juntos, lutamos juntos, vencemos juntos, e agora você nos
deixa de forma tão brusca. Sei que você está nos braços do
Senhor. Mais (sic) deixou em nós um vazio imenso em nossos corações.
Saudades eternas...”
O
curioso é que todos eles estão vestindo uma camiseta branca em uma
passeata pedindo o fim da violência em Tucuruí. Na camiseta dos
três está escrito: “Eu quero a paz, e tu?” Dentro de um coração
há ainda outra mensagem: “Eu amo minha cidade”.
A
Reportagem não teve acesso a nenhum advogado de Josy, da família
dela ou mesmo de Marlon Possebon para dar a versão deles sobre a
denúncia da polícia.
Publicado
por Charles Amorim (Correspondente Xingu230)
Matéria de
(Ulisses Pompeu).
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