Foto: Banheiro Complexo Casa da Cultura |
Foto: Complexo Casa da Cultura |
É inegável que a vontade de resolver o problema não é tão grande quanto o desejo dos jovens e adultos de voltar ao cinema, mas a situação do prédio entregue ao governo atual merecia atenção redobrada do Ministério Público. Para ter uma ideia da gravidade faça-se uma pergunta: Quantas reformas ao longo de oito anos de governo tucano foram feitas no cinema? Quantas vezes o pessoal da limpeza foi flagrado limpando o mofo das paredes antes de uma ou outra sessão? Provavelmente ninguém vai se lembrar, simplesmente porque elas não existiram.
O fato é que o poder público brasileiro, é, isso não é exclusividade dos políticos paraenses, não têm a cultura da manutenção. Para eles, ficar para a história como o político exemplo só se consegue construindo, e construindo grandes obras, não praças, bibliotecas, eles querem estádios, grandes centros de convenções, asfaltamento de avenidas, coisas que chamam a atenção e podem ser vistas a quilômetros. Quem precisa de praça? Quem procura livros em bibliotecas?
Com essa mentalidade paleozoica e arraigada no populismo oriundo dos governos adoradores do socialismo, o Brasil se enche de “obras” abandonadas e repletas de irregularidades. Um exemplo clássico está aqui mesmo em Altamira. O município tem um estádio esplendido e vazio, nada acontece naquele lugar, apesar de ter sido construído para o povo e ser de grande valia a uma sociedade jovem como a altamirense. Para ir um pouco mais fundo na discussão, deem uma passada no programa Minha Casa Minha Vida financiado pelo Governo Federal e concluído em 2012, o local ganhou o nome de Conjunto Aírton Senna, e não é piada!
Quem nunca foi ao cinema não sente falta dele, mas quem já foi, sabe do que estou falando, a cidade precisa, tanto que foi o atual prefeito que o construiu e também será ele a reforma-lo pela primeira vez, anos após sua construção. Decaído, o prédio resistiu ao tempo, a ação do homem e a falta de políticas públicas capazes de manter em pé o bem público de uso comum. A obra de reforma vai acontecer, quer queiram, quer não. A história do prédio é maior que qualquer parcimônia política, mas uma coisa é certa, ele não estaria de portas fechadas se durante oito anos, uma única reforma fosse realizada. Atirem a primeira pedra!
Como lindamente escreveu a cantora Maria Rita: “Moço! Maltratar não é direito. Essa mágoa no meu peito. Você sabe de onde vem. Isso é desamor. E não tem jeito. Um amor quando desfeito, sempre faz alguém chorar. Eu chorei saudade. Tá doendo, e lá vem você querendo, outra vez me maltratar...” Certamente ela não imaginou que sua letra cairia tão bem aos não aposentados da política brasileira, que só sabem reclamar e tirar foto no espelho para postar no Facebook, com crianças sorrindo e sem saber que antes de votar, já fazem a diferença.
Mas por falar em reforma, temos pano para muitas mangas, muitas reformas que mudaram a cara de prédios públicos em Altamira, água para tirar a poeira e tinta verde, para maquiar o mofo e os arranhões deixados pelo tempo. Como todos sabem a maquiagem para foto é temporária, após algum tempo, vento e chuva, ela vai escorrendo e revelando a verdadeira face do seu criador.
Por: Karina Pinto
Fonte: Blog da Karina
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