Professores da rede pública estadual de ensino da capital e interior entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje (25). Há 15 dias do prazo máximo para o início do ano letivo, 9 de março, mil e duzentas escolas vão permanecer sem aulas em todo o Pará.
Às 9 horas será realizada uma assembleia geral na praça da Leitura, em São Brás, para dar início ao movimento. Segundo Matheus Ferreira, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Pará (Sintepp), os professores decidiram pela greve durante reunião ocorrida na manhã de sexta-feira, 20, na quadra da Escola Estadual Cordeiro de Farias, no bairro do Souza, em Belém. O governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração (Sead) e de Educação (Seduc), mantém as propostas apresentadas aos docentes durante rodada de negociação ocorrida no dia 16 deste mês, com a presença dos titulares das secretarias, Alice Viana e Helenilson Pontes.
ESFORÇOS
“Todo o esforço tem sido feito para orientar a lotação 2015 no sentido de mensurar a real dimensão da necessidade de professores que o Estado precisa, para que a Sead e a Seduc possam tomar as devidas providências, e não existe orientação do governador para corte de recurso”, afirmou Alice Viana.
O Estado ressalta ainda que “tem investido os recursos necessários, independentemente do déficit no orçamento do Fundeb que foi previsto para o ano de 2015, recurso que é repassado via transferência federal para o Estado. Com base no novo piso, é estimado o déficit de 700 milhões por ano, sem considerar o retroativo”. E, por isso, as secretarias se aprofundam no estudo qualitativo e quantitativo da real necessidade de professores. O prazo pedido pelo governo foi até o dia 15 de abril, para apresentação dos estudos sobre o pagamento do piso.
Quanto às reformas nas escolas, a Seduc disse que apresentou em audiência o conjunto de cerca de 400 frentes de trabalho envolvendo reforma e ampliação, e construção de escolas em todas as regiões do Estado. A iniciativa está inserida no Pacto pela Educação do Pará, que conta com recursos estaduais e internacionais de US$ 300 milhões para investir no setor educacional.
Helenilson Pontes pontuou, ainda, que os recursos investidos na área de obras são da receita própria do Estado, pois ainda estão em fase final de negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as providências para aplicação dos recursos do Pacto pela Educação financiado pelo BID.
A Seduc explicou que as reformas são necessárias. Das 1,2 mil escolas, 700 precisam de reformas estruturais. “O Estado tem se esforçado diante da necessidade de um volume significativo de receita que teria que empregar”. A secretaria diz lamentar o indicativo de greve, justamente no momento em que se inicia o ano letivo e especialmente após um calendário conturbado em 2014, devido à greve da categoria em 2013.
ORM News
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