Segundo a assessoria de comunicação dos trabalhadores, que estão em greve desde o último dia 5 de abril, a saída do canteiro de obras e a vinda para a capital paraense é uma medida política. O grupo permanecerá em Belém durante toda essa semana para participar de uma série de reuniões, entre elas com o Ministério Público, além da realização de manifestações reivindicando melhorias trabalhistas.
Entre as reivindicações dos trabalhadores está a redução do tempo de trabalho para poder visitar a família. De acordo com a categoria, a cada seis meses o trabalhador ganha licença para voltar para casa, mas, desde a greve de novembro do ano passado, a Justiça teria determinado que esse tempo fosse reduzido para cada três meses. Os trabalhadores reclamam que a determinação não vem sendo cumprida.
Outra reivindicação é com relação ao chamado "adicional de confinamento", que não estaria sendo pago. No adicional, os trabalhadores teriam direito a receber 40% a mais no salário. Eles protestam ainda contra as demissões de mais de mil trabalhadores no período da greve.
A reportagem entrou em contato com o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), que negou as afirmações feitas pelos trabalhadores.
Sobre a licença para visitar as famílias, o CCBM explica que se trata de um acordo coletivo celebrado em novembro passado entre a empresa, os trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav). O CCBM afirma que está cumprindo o que ficou acertado: que o trabalhador teria folga de três em três meses para visitar a família e quando se trata de novos funcionários, calculam-se os três meses depois do período de experiência.
Com relação ao "adicional de confinamento", a empresa explica que não há nada com relação à hora de confinamento no acordo celebrado em novembro. Sobre as demissões, o CCBM informou que na obra trabalham cerca de 22 mil pessoas, que a rotatividade no local é grande, e disse que, inclusive, contrata mais que demite.
O CCBM afirma ainda que a greve estaria sendo comandada por uma central sindical que não é reconhecida pela empresa e que as atividades no canteiro de obras já voltaram ao normal.
G 1/PA
Foto: Wilson Soares (WD Notícias)
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