A
Polícia Civil do Pará deu cumprimento nesta terça-feira, 13, a mandados de
prisão e de busca e apreensão domiciliar, na capital paulista, em decorrência
de inquérito instaurado pela Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes
Tecnológicos (DPRCT), para investigar e desarticular uma organização criminosa
que já fez vítimas por todo país. Nove pessoas foram presas em São Paulo e uma
em Minas Gerais. Quatro delas apontadas como líderes do grupo serão conduzidas
para Belém, para responder pelos crimes. Entre elas está o principal líder da
organização, o cantor Clenivaldo Dantas de Oliveira, conhecido como Leone, vocalista
da banda Modelos do Forró, de São Paulo. Nesta quarta-feira, a Delegacia-Geral
da Polícia Civil concederá entrevista coletiva para apresentar detalhes da
operação.
As
investigações presididas pela equipe da DPRCT, do Pará, sob comando dos
delegados Beatriz Silveira e Samuelson Igaki, tiveram seis meses de duração. A
equipe da Polícia Civil do Pará foi até São Paulo, juntamente com policiais
civis do Grupo de Pronto-Emprego (GPE), comandados pelo investigador Eric
Cavalcante, para dar cumprimento aos mandados judiciais. Na capital paulista, a
operação policial contou com apoio de policiais civis do Garra (Grupo Armado de
Repressão a Roubo e Assalto), sob coordenação do delegado Artur Gian.
Ao
todo, oito policiais civis do Pará atuaram na operação. As investigações
mostraram que a organização criminosa atuava por meio de golpes em caixas
eletrônicos e com o uso do equipamento eletrônico ATM Card Skimming, conhecido
popularmente como “chupa-cabras”, usado para copiar os dados de cartões
magnéticos de clientes de bancos. A DPRCT levantou que o grupo, que tem base na
capital de São Paulo, enviava pessoas para outras cidades no Brasil. Nessas
cidades, os criminosos afixavam adesivos com números falsos de central de
atendimento ao cliente, do tipo 0800, nos caixas eletrônicos expostos em locais
de acesso público, como shoppings centers.
Os
criminosos instalavam também nos caixas eletrônicos os equipamentos clonadores
dos dados dos cartões. No momento em que um cliente usava o caixa eletrônico, o
cartão ficava retido no leitor de dados do “chupa-cabras”. Era nesse momento
que um dos criminosos se aproximava do cliente e o convencia a ligar para o
número falso 0800 afixado no caixa eletrônico. A vítima, então, telefonava para
a suposta central de atendimento ao cliente do banco, e ali uma pessoa, que
fazia parte da quadrilha, pedia ao cliente para confirmar seus dados bancários,
como número de conta e senha, sob alegação de que o cartão havia sido bloqueado
e que iria solicitar um novo cartão.
Dessa
forma, a organização tinha acesso à conta das vítimas, para movimentar valores
depositados. As investigações mostraram que o dinheiro desviado das contas
bancárias era usado para bancar a banda Modelos do Forró, e ainda um salão de
beleza e a caixa de shows de propriedade de Clenivaldo de Oliveira. Ele foi
preso no momento em que saía da casa de shows, localizada na capital paulista.
Equipamentos usados para clonar os dados dos cartões e aparelhos telefônicos
usados na falsa central de atendimento ao público foram apreendidos e serão
trazidos para Belém.
Fonte: PC/PA
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